Guilherme Xavier de Miranda Junior, pesquisador em hidrologia da Epagri/Ciram, palestrou sobre Disponibilidade hídrica em Santa Catarina frente às mudanças climáticas. Na plateia estavam especialistas, profissionais e estudantes ligados à prevenção, mitigação e respostas a eventos climáticos no Estado. “O setor agropecuário é o mais prejudicado pelos fenômenos extremos. De 2020 a 2023 tivemos prejuízo de R$10 bilhões no estado devido à estiagem. Temos que sempre olhar para o passado, observando os dados. Isso é fundamental para que possamos definir o futuro, e termos a compreensão dessas variações cíclicas e sazonais”, alertou o pesquisador.
A palestra aconteceu em 4 de dezembro, durante a 10ª edição do Seminário de Meio Ambiente do Crea-SC, que ocorreu na na sede da entidade, em Florianópolis. Organizado pela Comissão de Meio Ambiente do Crea, o evento debateu o tema Desastres ambientais: as engenharias, a agronomia e as geociências nas soluções. Nesse sentido, Guilherme ressaltou a importância de os profissionais observarem a história e o desdobramento das ocorrências ao longo dos anos.
Segurança hídrica e tomada de decisão
Durante sua apresentação, o pesquisador da Epagri também abordou os eixos de segurança hídrica trabalhados no Estado. A garantia do acesso à água adequada às necessidades da população é um deles. A segurança hídrica do Estado prevê ainda suprimento de água para as atividades produtivas e usos múltiplos, a preservação dos ecossistemas e a resiliência aos eventos extremos, como secas e inundações. “Precisamos reduzir a vulnerabilidade e estimular cada vez mais essa resiliência ambiental, para que possamos melhorar as nossas respostas a esses eventos e conviver melhor com eles”, declarou.
Por fim, Guilherme apresentou indicadores e a avaliação do balanço hídrico com base no observado na região do Meio-oeste catarinense. Ele ainda abordou um projeto de pesquisa que permitirá detalhar o que estará disponível por bacia, por município e até por microbacia. Ele ressalta que tais informações são importantes para apoiar a tomada de decisões assertivas na definição de políticas públicas nacionais, estaduais e municipais. “Não adianta incentivar armazenamento de água ou construção de cisternas em locais onde não há necessidade”, observou.