Pesquisadores da Epagri apontam em artigo estratégias para mitigar efeitos das mudanças climáticas gerados pela agricultura catarinense

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Quais estratégias Santa Catarina poderia adotar no meio rural para produzir alimentos de qualidade, regenerar áreas degradadas e mitigar efeitos das mudanças climáticas? Como a agropecuária catarinense poderia se adaptar para buscar sustentabilidade econômica, promovendo ao mesmo tempo regeneração ambiental e manutenção da biodiversidade? 

Sistema de plantio direto de hortaliças (SPDH), desenvolvido e difundido pela Epagri, poderia ajudar na mitigação das mudanças climáticas (Foto: Marcelo Zanella / Epagri)

Essas são as reflexões que embasam o artigo científico “Mudanças climáticas, ecologia histórica e agricultura em Santa Catarina”. O trabalho é assinado pelos pesquisadores da Epagri/Ciram, Luiz Fernando de Novaes Vianna e Fabio Martinho Zambonim, e está disponível para livre acesso no site da revista Contibuciones a las Ciencia Sociales

O artigo aponta que, quando os europeus colonizaram o território catarinense, entraram em choque com as comunidades tradicionais, que praticavam técnicas agrícolas que eram  desconhecidas deles. Isso explicaria as dificuldades tecnológicas enfrentadas pelos imigrantes daquele continente que se propuseram a produzir alimento no território catarinense. 

Resgate do conhecimento das populações originárias

“A  dificuldade  em  lidar  com  as  florestas  tropicais  e  seus  habitantes  favoreceu  o desmatamento e a introdução de espécies exóticas já domesticadas pelos europeus, como a uva e o porco”, afirmam os autores. “Precisamos resgatar os conhecimentos das  populações originárias e aprender com elas. Ou continuaremos apenas fazendo mais do mesmo”, alertam. 

Contudo, o artigo afirma que Santa Catarina tem grande potencial para lidar com o passivo ambiental e social resultante de sua produção alimentícia. “Inicialmente porque é um Estado  que se destaca pela agricultura familiar”, pondera o documento. “Além disso, os movimentos de resgate do conhecimento das comunidades originárias é uma realidade que favorece a ampliação do repertório agrícola, tanto em termos de espécies quanto de tecnologias”. 

Os autores indicam caminhos que poderiam ser adotados para contornar a questão. Segundo eles, o sistema de plantio direto de hortaliças (SPDH), o apoio à agricultura orgânica, novas abordagens agrícolas regenerativas, como a agroecologia e os sistemas agroflorestais (SAFs), já fazem parte deste processo de mudança da cultura.

“Apesar das mudanças já serem perceptíveis, em Santa Catarina, em relação à inserção da componente ambiental na agricultura, é necessário avançar”, pondera o artigo. Os autores entendem que o desafio atual é manter os benefícios alcançados com as tecnologias de produção oriundas do “milagre verde” e reduzir os impactos  socioeconômicos, culturais, de saúde e ambientais causados por essas mesmas tecnologias.

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