Estudo analisa duas décadas de queimadas em unidades de conservação de SC
  • Post publicado:14 de agosto de 2024
  • Categoria do post:Meio ambiente

O Parque Nacional de São Joaquim foi a unidade de conservação de Santa Catarina mais afetada por queimadas entre 2000 e 2022. Já a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca foi a que enfrentou maior frequência de queimadas no período. A utilização de técnicas inadequadas de queima para preparo da terra e renovação de pastagens está entre as principais causas de incêndios ambientais em Santa Catarina.

Imagens do satélite Sentinel-2 mostram o antes, durante e depois de queimada no Parque Nacional de São Joaquim em 2020. Os polígonos vermelhos da última imagem destacam a cicatriz da queimada mapeada.

Estes são alguns dos resultados do trabalho de conclusão de curso (TCC) em biologia apresentado por Melina da Silva na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O pesquisador da Epagri Kleber Trabaquini foi orientador da estudante, em parceria com Mariana Coutinho Hennemann, da Floram.

O estudo avaliou a ocorrência de fogo em unidades de conservação de Santa Catarina. Para tanto, utilizou dados do projeto MapBiomas Fogo, que detecta focos de calor captados por imagens do satélite MODIS (MCD64A1). Na sequência, a estudante mapeou as cicatrizes das queimadas utilizando imagens dos satélites Landsat-8 e Sentinel-2. 

Parque Nacional de São Joaquim foi a unidade de conservação mais afetada (Foto: Luiz Fernando Vianna / Epagri)

Estudo abrangeu as168 unidade de conservação do Estado

O estudo foi realizado nas 168 unidades de conservação de Santa Catarina, que compreendem uma área de 581.400 hectares. A avaliação, feita entre 2000 e 2022, encontrou uma área de 17.720 hectares afetados por queimadas no período. A formação campestre foi a mais afetada, seguida pelas pastagens. 

Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca apresenta locais que foram queimados até 17 vezes em 23 anos.

O Parque Nacional de São Joaquim foi o mais afetado. Nos 23 anos avaliados pelo estudo, a unidade de conservação teve 8.312 hectares queimados. Esse total representa  47% da área queimada entre todas as unidades de conservação. 

A Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca foi a segunda mais afetada, com 30% do território queimado. Contudo,  foi a primeira colocada no quesito frequência de queimadas, ou seja, o mesmo local foi queimado mais de uma vez, dentro do período estudado. 

Segundo o pesquisador da Epagri, os resultados apresentados no trabalho podem vir a servir como base para a criação de medidas integradas de monitoramento e manejo do fogo e elaboração de políticas públicas eficientes. “Estas ações são fundamentais para garantir que as unidades cumpram o seu papel na conservação da biodiversidade e no desenvolvimento sustentável da região”, finaliza.