Desde 2007 a Epagri vem trabalhando para desenvolver o turismo de base comunitária no Território Costa Catarina, formado pelos municípios de Garopaba, Imbituba e Paulo Lopes, no Litoral Sul do Estado. A origem desse Território tem forte relação com as culturas de base açoriana, portuguesa, africana e indígena, que vêm se miscigenando ao longo do tempo.
Desse sincretismo cultural resultou uma série de traços e manifestações expressivas originais, como a pesca artesanal e a agricultura familiar. É aí que entra o trabalho da Epagri, que organiza as comunidades locais para receber visitantes, de modo a valorizar a cultura catarinense, mostrar ao mundo modos peculiares de produzir e fazeres específicos de um povo, promovendo a inclusão social, que na Empresa é vista como prioridade.
Foi para conhecer esse trabalho que representantes da comunidade quilombola Monte Serrat, do Morro da Caixa, em Florianópolis conheceram, no dia 4 de novembro, o Roteiro de Turismo de Base Comunitária e Cultural (TBC). O Roteiro é organizado em parceria pela Rede de Observação de Baleias por Terra (TOBTerra) e a Associação de Desenvolvimento Territorial Costa Catarina (ADTC), com as comunidades do Siriú, Macacu e Morro do Fortunato, de Garopaba.
Mais que sol e mar
“Estes roteiros mostram que o Território tem muito mais atrativos que apenas sol e mar”, avalia Adreane M. Scopel, extensionista social da Epagri em Garopaba e umas das responsáveis pela organização das comunidades contempladas.
Os visitantes da capital realizaram uma trilha, guiados por condutores ambientais. Em seguida, conheceram atrativos culturais e comunidades tradicionais do Território. A primeira parada foi numa família tradicional de artesãos, que produzem esteiras, chapéus de palha e outros produtos à base de taboa e junco.
Na sequência visitaram a comunidade quilombola do Morro do Fortunato. Lá conheceram a horta orgânica e grupos liderados por mulheres para produção de doces, pães e geléias. Presenciaram ainda um roda de conversa histórica entre representantes das duas comunidades quilombolas.
O destino seguinte foi o lendário Engenho e Alambique do Vô Zeca, na comunidade do Macacu, onde os visitantes ouviram a história das cinco gerações que trabalham com açúcar mascavo, melado, cachaça e farinha no local. O roteiro terminou com um café colonial típico no Engenho do Vô João e Vó Maria, oferecido pelas irmãs e filhas do seu Biluca, que é filho do Vô Zeca, tradicional morador da região, já falecido.