Agricultura regenerativa é tema de Dia de Campo em Santa Helena
  • Post publicado:13 de setembro de 2023
  • Categoria do post:Meio ambiente

A agricultura regenerativa reúne processos para produção sustentável de alimentos, conservação da qualidade do solo e restauração do meio ambiente sadio. Para tanto, utiliza sistemas de produção agropecuários de transição que reduzem o uso de insumos, maximizam a rentabilidade e minimizam custos ambientais e sociais. 

Agricultores assistiram demonstração prática da rolagem das plantas de cobertura (Fotos: Divulgação / Epagri)

Estes princípios foram apresentados a 20 famílias agricultoras de Santa Helena, no Extremo Oeste catarinense. Elas participaram de dia de campo promovido no dia 23 de agosto, na propriedade da família Roman, na Comunidade da Linha Liberdade.

O extensionista rural da Epagri em Santa Helena, Marciano Frosi, apresentou durante o evento a importância da diversidade de plantas de cobertura do solo na proteção contra a erosão, na manutenção da palha e dos resíduos orgânicos, e no incremento da biologia do solo, a exemplo do que fazem as minhocas e micorrizas, que estimulam a disponibilização de nutrientes e água para promoção da saúde de plantas. 

Frosi comentou ainda que em Santa Helena existem propriedades rurais avançadas na agricultura regenerativa. Esse avanço é fruto das ações realizadas pela Epagri nos últimos anos, além da adesão de diversos estabelecimentos, que estão adotando esse modelo que defende a possibilidade de produzir e recuperar o solo e o meio ambiente.

Durante o dia de campo, o extensionista rural Clístenes Antônio Guadagnin, líder do projeto Solo, Água e Ambiente no Extremo Oeste Catarinense, desenvolvido pela Epagri,  destacou os aspectos físicos do solo, como a disponibilidade de água e ar que estimulam o desenvolvimento das raízes das plantas. Guadagnin também expôs a construção de estrutura do solo adequada para favorecer a infiltração, armazenamento e disponibilidade de água, a porosidade, aeração e equilíbrio térmico do solo e a disponibilidade de nutrientes às plantas. Relatou que tais ações resultam na melhoria da qualidade do solo, através do incremento de práticas conservacionistas, como os terraços e uso de plantas de cobertura, que estimulam a capacidade de funcionamento do solo dentro de um ecossistema, sustentando a produtividade, mantendo a qualidade ambiental e favorecendo a vida do solo para conservar um sistema produtivo, sustentável e resiliente.

Análise do solo

O extensionista rural Célio Air Mikulski, líder do projeto Produção Sustentável de Grãos no Extremo Oeste Catarinense, desenvolvido pela Epagri, falou sobre os cuidados na realização de uma coleta de solo adequada para análise química, de modo a  diagnosticar eventuais necessidades nutricionais das plantas, recomendar fertilizações racionais e obter rendimentos satisfatórios das culturas. 

Uso de plantas de cobertura foi um dos tema discutidos durante o dia de campo

Ele apresentou também resultados de análises da fertilidade química dos solos de Santa Helena, que indicam que muitas áreas não necessitam mais de calcário, devido aos valores adequados de pH e do controle da acidez do solo. Revelou ainda que, em muitas situações, existem teores muito elevados de alguns nutrientes, como potássio, cálcio e magnésio, possivelmente devido ao excesso de adubos e corretivos aplicados sem critérios técnicos.

As famílias presentes ao evento ainda assistiram a uma demonstração prática da rolagem das plantas de cobertura, com a entrega do rolo acamador adquirido pela Secretaria Municipal da Agricultura de Santa Helena para uso em programas municipais e atividades de manejo e conservação do solo em propriedades rurais do município. Os agricultores também presenciaram uma demonstração prática do plantio no verde, realizado imediatamente após a rolagem das plantas de cobertura, sem o uso de dessecação química. Por fim, os participantes avaliaram a construção de terraços agrícolas na propriedade, que objetivam disciplinar o escoamento e a infiltração de água no solo. Estas práticas consideram os fundamentos do sistema plantio direto de não revolver o solo, manter cobertura permanente com palha e plantas, além de estimular a diversidade de raízes e plantas com a rotação de culturas.

Veja como são construídos os terraços, na reportagem da TV da Epagri: