Por: Leandro do Prado Wildner, pesquisador da Epagri/Cepaf (lpwild@epagri.sc.gov.br) / Juliane Knapik Justen, extensionista da Gerência Regional da Epagri em Rio do Sul (julianeknapik@epagri.sc.gov.br)
A Lei Federal n. 7.878, de 13 de novembro de 1989, instituiu 15 de abril como o Dia Nacional da Conservação do Solo. O objetivo é desenvolver o pensamento crítico na população brasileira sobre a importância da correta utilização e a necessidade do adequado manejo para a conservação do solo, uma vez que o solo é o recurso natural necessário para a produção de alimentos.
Mas, por que foi escolhido 15 de abril par marcar esta data? Bem, a data marca o nascimento, em 1881, do engenheiro-agrônomo Hugh Hammond Bennett, considerado o “Pai da Conservação do Solo” nos Estados Unidos. O trabalho de Bennett serviu de inspiração e base para a compreensão da importância da conservação do solo. Em 1928 Bennett publicou um de seus grandes estudos, alertando a sociedade americana sobre as consequências da erosão na economia do país.
Em 1960, pouco tempo antes de seu falecimento, Bennett, a convite do Governo de São Paulo e da Associação dos Engenheiros-agrônomos de São Paulo (AEASP), veio ao Brasil para conhecer a situação catastrófica em que se encontravam as lavouras paulistas e sensibilizar técnicos e agricultores para a necessidade da conservação do solo. Pouco tempo após sua visita, o governo paulista, por iniciativa da AEASP, homenagem à data de nascimento de Bennett.
Mais tarde, em 1989, com a definição da conservação do solo como prioridade nacional, o governo brasileiro passou a adotar o dia 15 de abril como o Dia Nacional da Conservação do Solo.
Atualmente, com o reconhecimento das suas várias funções ecossistêmicas, o solo deixou de ser, apenas, um local ou meio de produção de alimentos e passou a ser considerado como um meio que influencia direta, constante e decisivamente a vida dos cidadãos, do campo e da cidade.
O solo é um componente essencial para a humanidade. Possui várias funções ecológicas, socioambientais e de prestação de serviços ecossistêmicos. O solo regula o clima; degrada substâncias contaminantes e sequestra carbono e contribui decisivamente para a diminuição da emissão dos gases de efeito estufa. É nele que estruturamos nossas construções e retiramos matérias-primas para os mais diversos fins, da construção civil até a indústria farmacêutica. O solo também abriga nossa herança cultural (patrimônio cultural arqueológico); purifica e armazena água, regula enchentes; faz parte de vários ciclos biogeoquímicos, tais como o ciclo da água, ciclo do carbono, ciclo do oxigênio, ciclo do nitrogênio e tantos outros, e é lar de milhões de seres vivos que compõem a biota do solo. E, finalmente, o solo é o principal meio de produção de alimentos, fibras vegetais, madeiras, além da produção sustentável de combustíveis.
“Da longa lista de dádivas que a natureza deu ao homem, nenhuma é tão absolutamente essencial para a vida humana quanto o solo”, disse Hugh Hammond Bennett.
Portanto, podemos dizer que o solo é um dos pilares para a sustentabilidade dio meio ambiente. É um dos sustentáculos para o equilíbrio ambiental do planeta.
Este é todo o fundamento, todo o porquê devemos conservar o solo.
E mais, conservando o solo também conservamos a água!
Sendo assim, podemos concluir que: “O nosso futuro depende do solo… E o futuro do solo depende do que fazemos a ele no presente!”
Mas, nesta data, devemos lembrar também de um outro grande conservacionista do solo, engenheiro-agrônomo Walter C. Lowdermilk, um dos primeiros conservacionistas do solo dos Estados Unidos, juntamente com Bennett, que em 1939 escreveu o XI Mandamento, O Mandamento da Conservação do Solo, cuja mensagem ainda é muito atual até hoje.
Para marcar a passagem do Dia da Conservação do Solo, a Epagri divulga no seu canal de capacitações do YouTube, no dia 14 de abril, a partir das 14 horas, uma mensagem pelo Dia Nacional da Conservação do Solo, que pode ser acompanhada aqui, com informações sobre dois grandes eventos que serão realizados neste ano:
– Nos dias 19 e 20 de julho, em Chapecó, o I Encontro Catarinense de Agricultura Regenerativa. Serão dois dias com programação entre palestras, casos de sucesso e dia de campo na Fazenda Banhado Verde, propriedade da Família Alessio, em Faxinal dos Guedes;
– Entre os dias 30 de julho e 4 de agosto, Florianópolis recebe o XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo (CBCS) e o XXIII Congresso Latino-Americano de Ciência do Solo (CLACS).