Manter a lavoura de alho livre de plantas daninhas é fundamental para alcançar alta produtividade e colher bulbos de qualidade. Na Estação Experimental da Epagri em Caçador, o engenheiro-agrônomo Leandro Hahn conduz uma pesquisa sobre o uso eficiente e consciente de herbicidas no controle de plantas daninhas. “Estamos validando herbicidas que possam fazer um bom controle, mas, ao mesmo tempo, não causem injúrias às plantas de alho”, explica.
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Confira as orientações do pesquisador da Epagri com base nesse estudo:
Escolha da área de plantio
Analisar bem a área de cultivo é o primeiro ponto fundamental para diminuir a incidência de plantas daninhas na lavoura. “É importante evitar usar para o cultivo aquelas áreas que têm uma pressão muito grande de plantas daninhas”, aconselha o pesquisador.
Antes das plantas daninhas
O controle das plantas daninhas pode iniciar antes mesmo de elas aparecerem e começarem a competir com as plantas de alho, com o uso adequado de herbicida pré-emergente. Leandro mostra que, na área do estudo em que foram aplicados apenas herbicidas pré-emergentes, houve um controle bastante satisfatório das plantas daninhas, com boa produtividade do alho e bulbos de qualidade. “Praticamente não temos plantas daninhas nessa parcela e o alho não teve nenhum tipo de injúria pela aplicação do herbicida”, explica.
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Depois das plantas daninhas
O herbicida pós-emergente é aquele usado para controlar a planta daninha depois que ela nasceu. “Quando falamos no controle da planta daninha que já está na área de cultivo, temos que levar em conta que a maior eficiência vai se dar quando ela estiver recém-emergida, com uma ou duas folhinhas. Nesse caso, eu consigo utilizar produtos menos fitotóxicos e com uma dose mais baixa”, diz o pesquisador.
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Leandro explica que, se a aplicação foi feita quando a planta daninha estiver crescida e com grande área foliar, a dificuldade de controle será muito maior. “Vou ter que aplicar uma dose mais alta de produto e é aí que eu começo a causar injúria na planta de alho”.
No experimento conduzido na Estação Experimental da Epagri em Caçador, é possível verificar isso na prática. Na área da lavoura em que o controle foi feito depois que as plantas daninhas estavam maiores, a plantação de alho sofreu danos. “A injúria que esse herbicida causou à lavoura faz com que a gente não possa recomendar esse tratamento ao produtor, porque o rendimento e a qualidade desse alho vão ser muito menores em comparação com o outro tratamento”, conclui Leandro.
Entenda o experimento e veja as dicas do pesquisador no vídeo abaixo:
Alho em Santa Catarina
Terceiro maior produtor brasileiro de alho, Santa Catarina recuperou a produtividade na safra 2021/22. O estado colheu 19 mil toneladas em 1,8 mil hectares de lavouras. Os agricultores alcançaram uma produtividade média de 10.568kg/ha, representando um aumento de 22% em relação à safra anterior. O valor da safra do alho catarinense foi de R$143,76 milhões.
Para mais orientações sobre o manejo das lavouras, procure a Epagri do seu município.