Cerca de 600 pessoas dos três estados do Sul do País, entre profissionais do setor agrícola e comunidade científica, se reuniram entre os dias 4 e 6 de maio em Chapecó, no Oeste Catarinense, para discutir o manejo fitossanitário das lavouras. Eles participaram do I Encontro Sul-Brasileiro de Fitossanidade (Enfit-Sul), realizado sob o tema “Perspectivas e desafios da fitossanidade na era da agricultura digital”, na sede da Associação da CooperAlfa. O Enfit-Sul é um evento técnico científico realizado a cada dois anos, com rodízio de instituições promotoras. Este ano contou com 79 trabalhos científicos em forma de pôster.
“Foi possível viabilizar um diálogo crítico sobre o panorama atual, os cenários e as tendências do manejo fitossanitário dos principais cultivos agrícolas de importância econômica para a região, a fim de cooperar na construção de novas perspectivas para o setor agrícola”, afirma o pesquisador da Epagri/Cepaf, Leandro do Prado Ribeiro, presidente da comissão organizadora do evento. Ele explica que é um desafio para a comunidade científica brasileira, especialmente daquela que atua regionalmente, discutir o caminho para a descoberta e a incorporação de soluções viabilizadoras de uma agricultura moderna e sustentável, no que diz respeito ao manejo fitossanitário.
O evento foi realizado com o intuito de contribuir para a difusão, atualização do conhecimento e fortalecimento da diversidade científica na região Sul do Brasil no campo das Ciências Agrárias/Fitossanidade, bem como promover o intercâmbio científico entre as universidades, centros de pesquisa, cooperativas, agências de extensão rural e profissionais liberais do setor agrícola.
Paralelo ao encontro, aconteceu o III Workshop Estadual sobre Manejo Fitossanitário. A primeira edição desse evento ocorreu em 2014, como uma iniciativa da Epagri e outras instituições, trazendo a discussão sobre o tema mais apropriadamente para as necessidades da região sul do Brasil. A segunda edição ocorreu em 2017, quando se percebeu a necessidade de estabelecer um vínculo mais próximo entre a área acadêmica e o setor profissional da agricultura atuante na região. A presente edição do workshop veio embutida no I Enfit-Sul, mantendo o reconhecido padrão de qualidade das palestras convidadas e com o estabelecimento da mostra de trabalhos científicos, com premiação em cada subárea (Entomologia, Fitopatologia e Plantas Daninhas).
O Enfit-Sul foi uma promoção da Epagri, UFFS, Unochapecó, Unoesc Xanxerê, Cidasc e Governo de Santa Catarina. Contou om o apoio das cooperativas agrícolas CooperAlfa, CooperA1, CooperItaipu, Auriverde, Copérdia, Cotrisal; das instituições de ensino e pesquisa Unicentro Paraná, UTFPR, Embrapa, Udesc, UFSC, IF campus Concórdia, IF campus São Miguel do Oeste, IF Campus Sertão, UFSM; sas instituições governamentais Aeagro, CREA-SC, CNPq, Fapesc, Prefeitura de Chapecó e CREA jr – SC. O evento teve como patrocinadores Ouro: UPL OpenAg, FMC, Monsoy, Brevant Sementes, Pioneer, IRAC; e patrocinadores Diamante: Bayer, Corteva, Basf, Fieldview.
Temas debatidos
A abertura do Enfit-Sul foi feita com a palestra “A transformação digital do agronegócio”, proferida por Abimael Cereda Junior (Georesults Ltda/SP). Outra participação de destaque foi de Pierre Jean Silvie, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (França), com a palestra sobre manejo de pragas invasoras, e de do Wanderson Bucker Moraes (Ohio State University, Estados Unidos), sobre manejo de giberela em trigo. “Outros temas importantes, como legislação e mistura de agrotóxicos em tanque, interação abelhas-agricultura, drones e sensores na agricultura, ferrugem asiática da soja e o complexo de enfezamento em milho, e manejo de plantas daninhas também foram discutidos”, ressalta presidente do encontro.
No terceiro dia do evento foi realizado no campo experimental Epagri/Cepaf, em Chapecó, uma demonstração de ferramentas digitais e tecnologias inovadoras, com a participação de empresas de sensores e drones no mapeamento da varibilidade espacial de estresses bióticos e abióticos, drones para aplicação de agrotóxicos e liberação de inimigos naturais e máquinas para capina elétrica.
No vídeo a seguir, acompanhe uma Dica Epagri para fazer o monitoramento da cigarrinha-do-milho. A presença desse inseto pode acarretar um problema sanitário nas lavouras de milho.