Boletim agropecuário de julho: aumento nas exportações de carnes e queda na produção de milho
  • Post publicado:21 de julho de 2021
  • Categoria do post:Mídia

A alta nas exportações de suínos e frangos é a principal novidade do Boletim Agropecuário de julho. O documento informa ainda queda na produção de milho e estabilidade no arroz. O Boletim Agropecuário é uma publicação mensal da Epagri/Cepa com a análise das principais cadeias produtivas da agricultura catarinense.

Milho catarinense registra a menor safra da série histórica (Foto: Aires Mariga / Epagri)

Suínos

Em junho Santa Catarina alcançou a maior receita com exportação de carne suína num único mês, e o segundo maior volume mensal exportado desde o início da série histórica, em 1997, atrás apenas de março deste ano. No mês passado o estado catarinense exportou 55,54 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos), 9,4% mais que no mês anterior e 22,1% acima de junho de 2020. As receitas foram de US$143,58 milhões, alta de 8,9% em relação ao mês anterior e de 52,6% na comparação com junho de 2020. Esse é o maior montante de receitas das exportações catarinenses de carne suína já registrado num único mês

No primeiro semestre, o estado exportou 283,08 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$705,13 milhões, altas de 16,1% e 29,2%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2020. Santa Catarina respondeu por 52,7% das receitas e 51,1% do volume de carne suína exportada pelo Brasil.

Dados da Cidasc sistematizados pela Epagri/Cepa mostram que no primeiro semestre de 2021 foram produzidos em Santa Catarina e destinados ao abate um total de 7,82 milhões de suínos, alta de 9,7% ante o mesmo período do ano passado e 3,9% superior ao segundo semestre de 2020.

Frangos

Em junho, Santa Catarina exportou 92,63 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada), aumento de 3,1% em relação ao mês anterior e de 29,1% na comparação com junho de 2020. As receitas foram de US$165,63 milhões, alta de 5,7% em relação ao mês anterior e de 68,6% na comparação com junho de 2020. Esse foi o melhor resultado mensal desde maio de 2020, em volume, e desde agosto de 2019, em receitas.

No primeiro semestre, Santa Catarina exportou um total de 492,60 mil toneladas, com receitas de US$829,31 milhões, queda de 0,4% em quantidade e alta de 4,5% em valor em relação ao mesmo período do ano passado. O estado foi responsável por 24,4% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango no ano.

De acordo com os dados da Cidasc, sistematizados pela Epagri/Cepa, no 1º semestre de 2021 foram produzidos em Santa Catarina e destinados ao abate um total de 425,43 milhões de frangos, alta de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

Bovinos

Nas primeiras semanas de julho, o preço médio estadual do boi gordo registrou alta de 2,7% em relação ao mês anterior, atingindo o valor de R$313,91 a arroba. Altas significativas também foram observadas no caso dos animais de reposição, com variações de 3,4% no preço dos bezerros de até um ano e de 3,9% para os novilhos de um a dois anos.

Dados da Cidasc, sistematizados pela Epagri/Cepa, mostram que no primeiro semestre de 2021 foram abatidos 344,42 mil bovinos em estabelecimentos com inspeção sanitária em Santa Catarina, alta de 5,4% em relação ao mesmo período de 2020, mas queda de 14,1% na comparação com o segundo semestre do ano passado. 

Leite

No primeiro semestre as importações brasileiras de lácteos foram 41,5% superiores às do mesmo período de 2020. A previsão para o segundo semestre é de compras externas muito abaixo dos elevados patamares registrados ao longo do mesmo período do ano passado. Com isso, 2021 deve fechar com decréscimo nas importações brasileiras. Os preços recebidos pelos produtores voltaram a crescer em julho. O cenário mais provável é de queda de agora em diante.

Milho

Com uma produção estimada em 1.8882.901,75 toneladas no ciclo 2020/21, o milho catarinense registra a menor safra da série histórica. A estiagem e o ataque de pragas e doenças trouxeram perdas superiores a 27% na produção em relação à safra anterior, o que corresponde a cerca de 700 mil toneladas. Considerando a safra 2016/17 (a maior produtividade do período) em relação a 2020/21 (a menor produtividade do período), observa-se uma redução da área de cultivo de 9,26% e retração da produção de 41,4%. Com esse volume produzido, Santa Catarina vai precisar importar cerca de 5,5 milhões de toneladas de milho para atender à demanda de 7,3 milhões de toneladas.

Arroz

A colheita de arroz foi encerrada em Santa Catarina e o resultado é uma produção estimada em 1,25 milhão de toneladas, uma safra praticamente idêntica a de 2019/20. Os preços médios pagos aos rizicultores catarinenses em junho recuaram 9,7% em relação a maio, fechando o mês em R$79,31 a saca de 50kg. Apesar da recente queda, o preço pago ao produtor de arroz de Santa Catarina está 5,5% acima do praticado há um ano.

Feijão

Em junho, o preço do feijão-preto recuou 10,69% em relação a maio, fechando o valor médio mensal para a praça de referência de Canoinhas em R$232,50 a saca de 60kg. Já o valor pago aos produtores de feijão-carioca permaneceu estável na praça de referência de Joaçaba.

O mercado segue em ritmo lento. Os produtores estão atentos à redução da safra nacional, na expectativa de que os preços voltem a reagir e, assim, possam conseguir melhores preços. Os compradores, por sua vez, estão cautelosos, realizando compras pontuais para atender seus clientes.

Trigo

O preço do trigo no mercado catarinense elevou-se 50,06% na comparação entre junho de 2021 e de 2020. Apesar disso, o preço do grão enfrentou queda de 3,71% em Santa Catarina na comparação entre junho e maio últimos. A recente queda de preço do mercado interno está relacionada à baixa procura por parte dos compradores, somada à desvalorização do dólar frente ao real, o que favorece as importações do cereal, e pela. O cultivo em Santa Catarina avançou significativamente e cerca de 74,2% da área total já foi semeada. As condições do plantio são boas até o momento, mesmo com a ocorrência de geadas.

Soja

O fechamento da safra 2020/21 confirma o crescimento contínuo da área cultivada com soja no estado. No período de 2012/13 a 2020/21, a área de cultivo avançou 34%, o que corresponde a 179 mil hectares. Na safra finalizada agora houve um aumento de 11,3 mil hectares na área de soja no estado, o que representa 1,6% a mais em relação ao ciclo agrícola anterior.

Alho

A estimativa para a cultura do alho é de plantio de 1.716 hectares na safra 2021/22, aumento de 1,72% em relação à safra anterior.  Em condições normais de clima, o estado deverá alcançar produtividade média de 10.183 kg/ha, aumento de 17,7% em relação à safra 2020/21.

Em junho foram importadas 16,15 mil toneladas da hortaliça, o segundo maior volume para o mês nos últimos cinco anos. Os principais fornecedores foram a Argentina, com 48,6% do total, a China (46,67% do total) e a Espanha, com 3,9%.

Cebola

Estimativas da Epagri/Cepa apontam que na safra 2021/22 Santa Catarina permanecerá como maior produtor nacional de cebola, respondendo por mais de 25% da produção nacional. Serão produzidas 494,74 mil toneladas, crescimento de 26,87% em relação ao ciclo agrícola anterior.

Os volumes importados no primeiro semestre somam 114,5 mil toneladas, redução de 38,13% em relação ao mesmo período do ano passado, puxado pela maior oferta da produção nacional e consequente redução de preços no mercado.

Banana

Diante da baixa demanda interna, os bananicultores estão direcionando parte da produção para exportação, apostando na valorização nas cotações nos próximos meses. No primeiro semestre de 2021, Santa Catarina respondeu por 35,8% do total de banana exportada pelo Brasil, aumento de 11% no valor negociado em relação ao mesmo período de 2020. A queda na demanda interna pode ser explicada pela retração na economia e restrições para controle da pandemia, além dos efeitos climáticos nas regiões produtoras e da concorrência com outras frutas da época.

Leia aqui a íntegra do Boletim Agropecuário de julho.

Informações para a imprensa
Gisele Dias, jornalista
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