Produção de hortaliças melhora renda e qualidade de vida de famílias indígenas
  • Post publicado:6 de julho de 2021
  • Categoria do post:Mídia

Com apoio da Epagri de Ipuaçu, famílias da Terra Indígena Xapecó, no Oeste catarinense, começaram a produzir hortaliças para consumo próprio e agora até vendem o excedente. O incentivo da empresa do Governo do Estado para a implantação de hortas e pomares melhorou não apenas a alimentação e a qualidade de vida dentro das aldeias, mas também incrementou a renda das famílias.

Famílias vendem as hortaliças na região e para programas governamentais

Os produtos são vendidos na região e também para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “Cerca de dez famílias são remuneradas por esses programas, o que proporciona aumento da renda e qualidade de vida”, diz Ires Cristina Oliari, extensionista da Epagri.

A equipe da Epagri, além de promover cursos, oficinas e projetos de incentivo à produção, ao consumo e à venda de alimentos mais limpos, também auxilia as famílias na adoção do sistema de rastreabilidade. O programa e-Origem, da Cidasc, cadastra cada alimento produzido, que recebe um código (QRCode). Esse código acompanha o alimento pela cadeia produtiva, carregando informações sobre como ele foi produzido, até chegar ao consumidor final.

Epagri apoiou as famílias na adoção do sistema de rastreabilidade para os alimentos

Reserva indígena

 A Terra Indígena Xapecó, localizada no Oeste catarinense, ocupa parte do território dos municípios de Ipuaçu e Entre Rios. É a segunda maior reserva indígena em extensão do estado, com área de 15.623 hectares. Residem nesse território cerca de 1.662 famílias das etnias Kaingang e Guarani, somando 5.576 indígenas divididos em 13 aldeias.

Melhorar a segurança alimentar e a renda das famílias indígenas é um dos objetivos do trabalho

Uma das motivações para a iniciativa da Epagri é melhorar a segurança alimentar dessas famílias. Isso porque as principais atividades geradoras de renda no território são o monocultivo de soja e milho e a bovinocultura leiteira. “Essas atividades implicam em uma desvalorização do conhecimento tradicional, e isso afeta diretamente na insegurança alimentar, uma das principais demandas da Terra Indígena Xapecó pelo grande número de famílias que ali vivem, especialmente crianças e jovens”, explica a extensionista social da Epagri Elvina Costacurta.

Para ela, a visão de uma família indígena estagnada, sem vontade de produzir alimentos, é retrograda e inaceitável. “Indígenas produzem alimentos de qualidade para si e para outras famílias”, afirma.