Confira análise do mercado agropecuário de Santa Catarina em maio
  • Post publicado:21 de maio de 2021
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O boletim agropecuário de maio aponta aumento dos preços da banana, do milho e do trigo. A estiagem preocupa em muitas culturas, como é o caso do alho e da cebola. Na pecuária, os preços da carne bovina no atacado estão em alta, enquanto os produtores de leite viram as importações caírem e as exportações crescerem. O boletim agropecuário é um documento divulgado mensalmente pela Epagri/Cepa com análises das principais cadeias produtivas do meio rural.

Preços do milho se mantêm em patamares elevados em SC (Foto: Aires Mariga)

Banana

Os preços pagos pela banana catarinense nos primeiros quatro meses de 2021 estão mais altos quando comparados com o mesmo período do ano passado. O cenário é resultado de uma estratégia que direcionou parte da produção para a exportação, que aproveita a valorização do dólar frente ao real. Na outra ponta, a redução da oferta valoriza os preços da fruta no mercado interno.

Arroz

Com redução de apenas 0,2% entre março e abril, os preços do arroz no mercado brasileiro se mantiveram firmes. Na comparação com abril do ano passado os preços se elevaram 28,15% em termos reais.

Feijão

A colheita do feijão primeira safra está encerrada e aponta para um volume 12% menor do que na safra passada. O cenário é resultado da queda de 4% na produtividade e de 9% na área plantada. O plantio da segunda safra atrasou por conta da estiagem, que também atinge a condição das lavouras do grão. Até a primeira semana de maio, 50,12% das lavouras apresentavam condição boa, 25,44% foram consideradas em condição média e 24,44 % em condição ruim. Os preços recuaram. A saca do feijão-carioca foi comercializada em abril por um valor 14,62% menor do que em março. No caso do feijão-preto, a queda foi de 4,51%.

Milho

Os preços do milho em Santa Catarina se mantêm em patamares elevados, com o produtor recebendo, em média, R$91,04 pela saca em abril. Entre os fatores que continuam influenciando a alta dos preços estão o risco climático para a segunda safra no Brasil e para a safra dos EUA, além da desvalorização do real e da demanda da China. Em função dos baixos estoques internos, o suprimento do cereal no primeiro semestre será muito ajustado, o que deve fazer com as importações sejam maiores do que em anos anteriores.  

Soja

Apesar dos problemas climáticos, a Epagri/Cepa estima que o Estado colha mais de 2,4 milhões de toneladas de soja, numa área aproximada de 700 mil hectares. Os preços estão batendo recordes em dólar, chegando a US$34,55 ou R$182,97 a saca no início de maio.

Trigo

Entre abril de 2021 e de 2020 o preço médio pago ao produtor de trigo se elevou 75%. Na comparação entre março e abril deste ano, o aumento foi 7,23%. O produto permanece valorizado, apesar da baixa demanda dos moinhos.

Alho

Com a aproximação do fim da comercialização da produção catarinense de alho, as expectativas ficam agora para a próxima safra. A estiagem preocupa os produtores, já que os reservatórios e mananciais de água estão baixos, inclusive com riscos de comprometer a disponibilidade de água já para o início do ciclo da cultura. Esta situação pode levar alguns produtores a reduzirem a área de plantio. A boa notícia é a criação do Conselho de Pesquisa pela Associação Nacional de Produtores de Alho (Anapa), do qual a Epagri fará parte ao lado de outras instituições. O objetivo é identificar os desafios técnicos por estado, contribuindo para potencializar a produção da hortaliça no Brasil.

Cebola

A safra de cebola catarinense já foi toda comercializada, com boa margem de retorno aos produtores. Agora a preocupação é com a próxima safra, que pode ser afetada pela estiagem no Estado.

Bovinos

Os preços de atacado da carne bovina estão em alta. Desde maio de 2020 a elevação média é de 42%. Na comparação entre abril e maio de 2021, o aumento foi de 14%. Já o preço médio estadual do boi gordo registrou alta de 2,5% na relação entre abril e maio, atingindo o valor de R$292,87 a arroba. Alta bastante expressiva também foi observada no caso dos animais de reposição, com variações de 6% no preço dos bezerros de até 1 ano e de 4,7% para os novilhos de 1 a 2 anos.

Frangos

As exportações de carne de frango (in natura e industrializada) tiveram alta de 12% entre abril de 2020 e o mês passado. Nos primeiros quatro meses de 2021, Santa Catarina exportou 310,12 mil toneladas, com receitas de US$506,97 milhões, quedas de 5,1% e 7,8%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado. O estado foi responsável por 23,9% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango este ano. A elevação dos custos de produção continua sendo uma das preocupações centrais do setor avícola. De acordo com a Embrapa Suínos e Aves, a variação acumulada nos últimos 12 meses foi de 39,8%, impulsionada pelo aumento dos custos com nutrição (33,9%). A alta acumulada no ano é de 14,1%.

Suínos

Santa Catarina exportou 50,14 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em abril, 10% menos que no mês anterior, mas 41,7% acima de abril de 2020. As receitas foram de US$123,72 milhões, queda de 10,6% em relação ao mês anterior, mas crescimento de 54,1% na comparação com abril de 2020.  Apesar das quedas registradas na comparação entre os dois últimos meses, em termos de receitas o resultado de abril representa o segundo maior valor mensal já exportado pelo estado, ficando atrás apenas de março passado. No primeiro quadrimestre o Estado respondeu por 52,4% das receitas e 51,0% do volume de carne suína exportada pelo Brasil. O Índice de Custos de Produção de Suínos (ICPSuíno) registrou alta de 44,6% nos últimos doze meses, impulsionado pelo aumento das despesas com nutrição (39,0%). A elevação acumulada no primeiro quadrimestre deste ano foi de 7,1%.

Leite

As importações da proteína caíram em abril, enquanto as exportações cresceram, atingindo patamares raramente vistos nos últimos anos. A combinação de redução nas importações e crescimento nas exportações resultou em um saldo comercial bem menos negativo do que tem sido comum ao longo dos últimos anos. Os preços médios recebidos pelos produtores em maio aumentaram de maneira mais expressiva do que havia ocorrido em abril. Apesar disso, o preço médio do mês de maio ainda ficou abaixo de todos os preços médios mensais de setembro de 2020 a janeiro de 2021. A indexação dos valores mostra que ficou abaixo também dos preços de julho e agosto de 2020 e de fevereiro de 2021.

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Gisele Dias, jornalista, pelos fones (48) 3665-5147 / 99989-2992