Impacto do Valor da Produção Agropecuária catarinense tem reflexo na arrecadação de impostos e geração de empregos
  • Post publicado:28 de abril de 2021
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A Epagri/Cepa divulgou recentemente que o Valor da Produção Agropecuária (VPA) de Santa Catarina em 2020 ficou em R$40,9 bilhões, o maior da história, índice 21,1% superior ao de 2019. O impacto do elevado VPA se expande pela economia do Estado, refletindo positivamente na arrecadação de impostos e geração de empregos, entre outros. O VPA é o resultado final do cálculo dos preços dos produtos agropecuários produzidos, multiplicados pela quantidade produzida de cada item.

Grande parte do que a agricultura catarinense produz é matéria-prima

“No caso da agropecuária catarinense, grande parte do que é produzido é matéria-prima, o que incrementa o impacto econômico do VPA”, explica Luiz Toresan, analista da Epagri/Cepa. Ele usa o milho para exemplificar. Além do valor que fica com o produtor do grão, ele serve para alimentar suínos, frangos e gado, fomentando toda essa cadeia produtiva, o que também gera renda para outros setores da economia catarinense. São frigoríficos, abatedouros, transporte e outros setores que passam a trabalhar mais e com menor custo quando se produz milho.

“Isso é agregação de valor”, ensina Toresan. Ele explica que cada um real que entrou no caixa do produtor de milho se multiplica várias vezes na cadeia produtiva de proteína animal catarinense. Situação parecida acontece com a soja, cujo principal produto catarinense é o farelo, que também alimenta os animais. A soja é o grão mais cultivado no Estado, com 686.100ha. O milho aparece em segundo, com área de 334.070ha.

A produção de madeiras, que se transforma em móveis ou em papelão, é outra cujo VPA impacta fortemente a economia catarinense. O Estado é um dos maiores produtores e exportadores de móveis. Toresan aponta que o VPA da produção de madeiras em 2020 foi de R$ 1,4 bilhão, enquanto o valor exportado foi de US$ 1,5 bilhão. “Só o mercado de exportação da madeira multiplicou em seis vezes o valor da produção da matéria-prima, isso sem levar em consideração o que ficou no mercado interno, o que aumentaria essa multiplicação”, ilustra o analista da Epagri/Cepa.

Os exemplos mostram que a importância da produção agropecuária catarinense não se resume ao valor produzido, mas se estende no desdobramento da matéria-prima em todo o sistema de produção. “Mesmo com toda a força da indústria, Santa Catarina é um Estado agro”, discorre Toresan, lembrando que o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio catarinense pode chegar a um quarto de todo o PIB catarinense em 2020. “Só na produção primária, a agricultura de Santa Catarina tem quase 500 mil pessoas ocupadas”, enumera ele.

Santa Catarina conta atualmente com cerca de 180 mil estabelecimentos rurais, 80% destes caracterizados como agricultura familiar. Essa característica proporciona ainda sustentabilidade econômica e social ao Estado, já que boa parte da renda do setor fica com famílias agricultoras que, assim, podem investir e permanecer no campo, o que, entre outras vantagens, garante segurança alimentar para toda a população.  

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Gisele Dias, jornalista, pelo fone (48) 99989-2992