Os pesquisadores da Epagri/Ciram Wilian da Silva Ricce e Guilherme Xavier de Miranda Junior estão aplicando um novo método para monitoramento do efeito da estiagem sobre as culturas agrícolas. É o Índice de Vegetação Padronizado chamado, traduzido do inglês Standard Vegetation Index (SVI). Esse índice é baseado nas condições da vegetação, que estão intimamente ligadas às condições de disponibilidade de água para as plantas e mostra os efeitos dessas variações ao longo do tempo.
Segundo Guilherme, o trabalho está em fase preliminar, mas dá um bom indicador da gravidade da estiagem na agricultura. “Com essa ferramenta podemos fazer um histórico desde 2000 e dessa forma monitorar, a partir de imagens de satélite, onde a estiagem está mais grave em determinado município. Podemos até quantificar em termos de área, qual é a severidade desse índice de vegetação”, diz ele.
Utilizando a plataforma Google Earth Engine, em que estão disponíveis vários conjuntos de imagens de satélite, foi adaptado um código para gerar resultado para Santa Catarina. Os resultados foram gerados a partir dos dados do satélite Terra sensor MODIS (MOD13Q1) utilizando o índice de vegetação EVI que aumenta a sensibilidade em regiões com biomassa alta da vegetação.
Valores baixos de SVI indicam más condições da vegetação que podem ser o resultado das condições climáticas. Já altos valores de SVI podem refletir as condições climáticas ideais para o crescimento, de modo que o verde da vegetação é mais alto do que o encontrado em na média dos outros anos. “Esse índice é como se fosse a saúde da vegetação: quanto mais verde, mais saudável ela está. Quanto mais vermelha, menos desenvolvida”, explica o pesquisador Wilian.
No mapa, é possível observar as áreas em vermelho, em que a vegetação está bem abaixo do que o esperado para esse período do ano, comparando com a média de 2000 a 2020. “Com isso, fica evidente onde a estiagem está impactando mais na agricultura no estado de Santa Catarina”, afirma Guilherme.
Os pesquisadores ressaltam que a pesquisa ainda está em fase inicial e que estão sendo estudados outros indicadores para serem usados de forma conjunta, como a umidade do solo e dados de precipitação do passado. “Dessa forma conseguiremos identificar qual seriam a condições agrometeorológicas mais propícias ao desenvolvimento das culturas”, dizem os pesquisadores.
Mais informações e entrevistas: Guilherme Xavier de Miranda Junior, coordenador da pesquisa, fone (48) 99961-2040
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