A adoção e o uso de energia renovável na agricultura familiar têm recebido atenção especial da Epagri, que vem divulgando e incentivando a inciativa no meio rural. De 2018 para cá, o município de Vargeão, no Oeste Catarinense, passou a contar com quatro propriedades rurais que financiaram o sistema de geração de energia solar fotovoltaica com o apoio e orientação da Epagri, via Pronaf com enquadramento no Programa Menos Juros. Juntas essas propriedades possuem 55,49 kWp de energia instalada, somando investimento de R$254 mil.
“São agricultores familiares que exercem atividades na bovinocultura leiteira à base de pastagens e/ou suinocultura”, diz o extensionista da Epagri no município, Murilo Mota. “Nós divulgamos aos agricultores as vantagens da adoção e uso de energias renováveis com benefícios ao meio ambiente, acesso à novas tecnologias e redução de custos de produção, além da economia na fatura de energia elétrica. Essa atividade faz parte do Plano Anual de Trabalho da Epagri de Vargeão”, complementa.
Além de visitas às propriedades rurais do município, Murilo relata que em 2019 reuniu mais de 20 pessoas para uma oficina técnica em uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) de pecuária leiteira, na Linha Santa Catarina, para falar sobre o assunto. “Com essas ações orientamos para o acesso a políticas públicas de incentivo à energia renovável”, explica.
Para a instalação do sistema existem linhas de financiamentos disponíveis aos agricultores. Eles recebem o apoio do governo do estado através do Programa Menos Juros, que subsidia o pagamento de juros do Pronaf. “No plano safra 2020/2021 é possível financiar a implantação de energia solar fotovoltaica via Pronaf Bioeconomia com juros de 2,75% ao ano, com prazo de até 10 anos para os agricultores familiares com DAP ativa”, diz Murilo.
Financiamentos do governo e créditos da concessionária
O Menos Juros é um programa da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina (SAR), em que o estado subsidia os juros em 2,5% ao ano por até oitos anos. Ao optar pelo financiamento via Pronaf Bioeconomia associado ao Programa Menos Juros, o agricultor paga um juro de apenas 0,25% ao ano (no financiamento em oito anos). “Para tal, o plano de crédito deve ser elaborado na Epagri do seu município”, informa, salientando que a adoção dessa tecnologia pode reduzir substancialmente o custo de energia elétrica mensal, principalmente no verão.
“Alertamos os agricultores que a eficiência do sistema depende da quantidade e qualidade da luz solar disponível. No verão, por exemplo, a produção de energia é maior do que no inverno. Durante o verão é possível economizar até 90% do valor da fatura de energia elétrica”.
Durante o inverno a produção de energia diminui à medida que há menor número de horas de luz durante o dia. “No entanto, é possível gerar créditos junto à concessionária elétrica nos meses onde há sobra de energia para usá-los nos meses de inverno. Esse crédito tem validade de 60 meses, de acordo com as regras atuais”, diz o extensionista.
Murilo ressalta que o adequado é planejar a instalação do sistema de geração de energia solar fotovoltaica a partir da primavera. “O ideal é que no início do verão o sistema já esteja instalado e em pleno funcionamento para que seja possível gerar créditos para o inverno, além de atender a demanda da estação mais quente do ano”.
Uso da energia solar nas atividades rurais
O extensionsita lembra ainda que a Epagri divulga e incentiva adoção do uso de energia solar para aquecimento de água, que é útil na bovinocultura leiteira para a higienização do sistema de ordenha mecânica. “Isso também proporciona redução no consumo de energia elétrica ou gás utilizados para aquecimento da água”, ressalta.
“As tecnologias de geração de energia renovável, como a energia solar fotovoltaica, são uma excelente alternativa para a bovinocultura leiteira, pois o período de produção de energia elétrica, que é de dia, coincide com períodos de elevada demanda de energia. Como exemplo temos o uso da ordenhadeira mecânica e do resfriador de leite, que demandam maior quantidade de energia nos períodos mais quentes do dia”, explica Murilo.
Ele ressalta, também, que essa tecnologia pode ser adotada para outras atividades rurais como avicultura, suinocultura e piscicultura. “Dessa forma a energia solar fotovoltaica apresenta um grande potencial de utilização para agricultura familiar em Santa Catarina”.
Informações e entrevistas: Murilo Mota, extensionista rural de Vargeão, fone (49) 99928-1836
Informações para a imprensa: Gisele Dias, jornalista, fone (48) 99989-2992
Conheça mais sobre o sistema de geração de energia solar fotovoltaica em reportagem da nossa equipe de TV: