A construção de cisternas vem se mostrando uma solução extremamente eficiente em Santa Catarina para agricultores driblarem os efeitos da estiagem, que atinge o Estado desde junho de 2019. Na região Meio Oeste, uma das que mais sofrem com a falta de chuvas, a solução tem se mostrado eficiente para agricultores que acessaram políticas públicas em anos anteriores e investiram em sistemas de captação e reserva de água da chuva.
O Leonardo e a Cláudia Bonamingo, da comunidade Santa Clara, em Joaçaba, criam 84 mil aves de corte, além de praticarem bovinocultura de corte em menor escala e cultivarem 8 hectares de grãos. Apesar da estiagem, vão aumentar o plantel para 117 mil aves.
A cisterna foi construída em 2017 com apoio da Epagri. “Se nós não tivéssemos a cisterna, com certeza estava usado água proveniente da rede e de poço artesiano, o que sairia muito mais caro, ia alterar o custo de produção”, descreve Leonardo. “Ou não estaríamos mais alojando por falta de água, estaríamos parados”, completa Cláudia. Ela conta que com a água que armazena na cisterna, consegue atravessar até três meses sem chuvas fortes, mantendo a propriedade abastecida.
A propriedade de Denilson e Leandra Lovatel, em Ouro, é outra que está se valendo da água captada e armazenada quando chove. Eles produzem 1.100 suínos e em 2017 construíram uma cisterna com capacidade para armazenar 500 mil litros de água captados pelo sistema instalado nos telhados dos galpões que abrigam os animais. “Hoje nós estamos mais tranquilos, porque com a água da chuva, mais um pouco da fonte e um pouquinho do poço, estamos trabalhando sem nos preocupar em furar um poço artesiano”, afirma o agricultor. Ele conta que alguns vizinhos, que captavam água somente de poço, já precisaram a recorrer à Defesa Civil para ter água nas propriedades. “A cisterna permite continuar na atividade e não depender da Defesa Civil”, sentencia o agricultor.
Ambiental
Laércio Zamboni também produz suínos e leite em Ouro e construiu a cisterna esse ano, com incentivo fiscal do programa Menos Juros, da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, acessado com apoio da Epagri. Além do aspecto prático, o agricultor lembra da importância ambiental de se captar água da chuva, “para não acabar com os lençóis freáticos da região, porque até os poços estão dando problema”, relata.
Júlio Dambros, extensionista da Epagri no município, diz que os agricultores locais que confiam somente nos poços artesianos sofrem com os efeitos da estiagem. Ele conta que os poços estão com o nível bastante baixo, forçando o rebaixamento das bombas para conseguir captar água. Muitas fontes superficiais também não têm não têm dado conta da demanda, revela o extensionista.
Para aqueles que investiram em captação de água da chuva nos municípios do Meio-Oeste, o fim de semana foi de reabastecer as cisternas. Entre sábado (28) e segunda pela manhã, Joaçaba já havia registrado 40mm de chuva e Ouro 48mm.
Informações para a imprensa
Gisele Dias, jornalista, pelo fone (48) 99989-2992
Veja como a construção de cisternas traz segurança nas propriedades rurais: