O mel é um grande aliado da imunidade humana, capaz de tornar o organismo mais resistente aos processos infecciosos, como gripes, resfriados e dores de garganta. Em sua composição estão vitaminas, minerais, enzimas e aminoácidos, considerados compostos bioativos, ou seja, que trazem benefícios à saúde dos consumidores. Santa Catarina se destaca nessa cadeia produtiva, pela alta produtividade e qualidade dos produtos oferecidos. No entanto, é preciso estar atento na hora da compra para não levar produto falsificado para casa.
Rodrigo Durieux da Cunha, chefe da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri, relata que, devido à demanda do mercado e preço relativamente alto, o mel é um produto bastante visado por falsificadores. Xarope de açúcar ou glicose de milho vendidos como mel estão entre as irregularidades mais praticadas. Para ser comercializado, o mel deve obrigatoriamente ser proveniente de estabelecimentos que possuam Serviço de Inspeção.
Para evitar se enganado, o consumidor deve se ater a alguns detalhes na hora da compra. O primeiro alerta para identificar mel falso ou irregular é o preço. A regra é desconfiar de valores muito abaixo dos praticados no mercado, destaca a professora Ana Carolina Costa, do Grupo de pesquisa em antioxidantes naturais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Rótulo
A professora recomenda também que o consumidor preste atenção ao rótulo, sobretudo àqueles que podem estar clonando marcas conhecidas. Rótulos com erros de impressão, caseiros, ou até mesmo os que imitam produtos artesanais também podem esconder uma fraude.
“Verifique as informações do rótulo do produto, procure saber se o entreposto é legalizado. Caso suspeite, procure o telefone da empresa na internet e entre em contato, ela pode informar se vende mel na sua região e se utiliza aquele tipo de embalagem”, informa Rodrigo. O profissional da Epagri lembra ainda que quando o número de telefone e endereço indicados no rótulo são inexistentes ou aleatórios, é provável que seja mel falso, exceto em casos de clonagem de rótulo. “Quando o rótulo é clonado ou falsificado, o CNPJ, Inscrição Estadual ou o selo do serviço de inspeção (SIF, SIE ou SIM) não correspondem com as informações verdadeiras”, destaca.
Ana Carolina esclarece que as denúncias devem ser encaminhadas à Vigilância Sanitária do município onde o suposto mel falso está sendo comercializado. “O comprometimento de todos é fundamental para auxiliar a Vigilância a combater irregularidades na comercialização do mel”, define a professora.
Bons resultados
“Os bons resultados da apicultura e meliponicultura de Santa Catarina decorrem de um forte investimento em tecnologia e extensão rural qualificada, ligadas à tradição do associativismo, que fortalecem a produção”, descreve Rodrigo. Por isso, ele pede que o consumidor dê preferência para os méis produzidos na sua região, valorizando os produtores locais.
Segundo a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc), a apicultura está presente em 98% dos municípios catarinenses. O censo agropecuário 2017 do IBGE aponta cerca de 17 mil estabelecimentos agropecuários com apicultura no estado e 300 mil colmeias. Santa Catarina produziu 7,5 mil toneladas de mel na safra 2019/20, volume acima da média estadual, que é de 6,5 mil toneladas. Em 2019, aproximadamente 6 mil famílias rurais de SC tinham na meliponicultura uma fonte de renda complementar.
A apicultura e meliponicultura estão em debate até 13 de novembro na 1ª Jornada Técnica Virtual de Apicultura e Meliponicultura de SC. São mais de 30 palestras e oficinas, com aulas teóricas e demonstrativas. Tudo on-line, de graça, sem necessidade de inscrição. Confira a programação aqui.
Informações e entrevistas
Rodrigo Durieux da Cunha, chefe da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri, pelo fone (48) 99922-1776
Informações para a imprensa
Gisele Dias, jornalista, pelo fone (48) 99989-2992
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