Publicação da Epagri orienta sobre melhoria de pastagem em áreas de caíva
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A Epagri lançou um boletim didático, disponível para livre download, que orienta produtores rurais e técnicos a melhorar a produção em áreas de caíva com a introdução da grama missioneira-gigante. As caívas são sistemas agroflorestais onde ocorre o extrativismo da erva-mate nativa integrado à produção animal. Elas existem há mais de um século no Sul do Brasil e contribuem para a conservação de significativas áreas de remanescentes da Floresta de Araucárias.

Caívas são áreas onde a Floresta Ombrófila Mista é mantida em harmonia com a criação animal e a extração de erva-mate

“Embora tenham grande importância ambiental e histórica para a região, as caívas, em geral, apresentam baixa produtividade, o que tem levado muitas famílias a se desmotivarem com esse sistema”, explica Ana Lúcia Hanisch, pesquisadora da Epagri na Estação Experimental de Canoinhas e autora da publicação. Desvalorizadas e com inseguranças legais, as caívas têm sido substituídas por reflorestamentos, com grandes perdas para a biodiversidade.

Melhoria de pastagem

Para aumentar a produtividade animal, o boletim descreve a tecnologia desenvolvida pela Epagri que promove a melhoria da pastagem em áreas de caíva com a introdução da grama missioneira-gigante (Axonopus catharinenis), cultivar SCS 315 Catarina-gigante. O boletim está dividido em duas partes: a primeira traz perguntas e respostas sobre a adequação da tecnologia à legislação ambiental e a segunda apresenta o passo a passo para implantação da pastagem e o manejo correto ao longo dos anos.

A publicação ensina a melhorar a pastagem nas áreas de caíva com a grama missioneira-gigante

A tecnologia é resultado de mais de 13 anos de pesquisas desenvolvidas em parceria com famílias proprietárias de caívas e profissionais de diferentes áreas e instituições. Essas ações promovem aumento de até 400% da produção animal nas caívas, com manutenção do estrato arbóreo, regeneração florestal ativa, adequação legal das propriedades e aumento significativo de renda para as famílias. Essa tecnologia foi a vencedora do 27º Prêmio Expressão de Ecologia (2020-2019) na categoria Manejo Florestal Sustentável – Setor Público, no município de Canoinhas.

“Há uma grande demanda para a geração e difusão de tecnologias para os agricultores que conservam suas florestas através do uso como sistemas agroflorestais. Esperamos que essa tecnologia seja um importante auxílio no processo de valorização desses sistemas, e que contribua para a geração de renda, trabalho digno e conservação ambiental nas propriedades rurais de Santa Catarina”, diz o extensionista Daniel Dalgallo, da Epagri de Porto União, autor do boletim.

Missioneira-gigante

A missioneira-gigante é uma pastagem perene de verão com excelente aceitação pelos animais. É adaptada a solos de média fertilidade, possui alta resposta à adubação e é uma forrageira com boa tolerância ao sombreamento moderado (menos de 40% de sombra). Em função dessas características, a missioneira-gigante foi a forrageira mais promissora para implantação em áreas de caíva que possuem como limitantes naturais a baixa fertilidade inicial e os diferentes níveis de sombreamento promovido pelas árvores nativas. O cultivar SCS 315 Catarina-gigante foi lançado pela Epagri em 2015 e se reproduz apenas de forma vegetativa, pois não produz sementes férteis.

O Boletim Didático Nº 157 – “Melhoria produtiva de caívas com a introdução da grama missioneira-gigante” está disponível para livre download. Para baixar a publicação gratuitamente, clique aqui e digite “caívas” na busca.

O boletim está disponível no site da Epagri para download gratuito

Saiba mais sobre as áreas de caíva:

Mais informações:

Ana Lúcia Hanisch – Engenheira-agrônoma, pesquisadora da Epagri/Estação Experimental de Canoinhas: (47) 3627 4199 / analucia@epagri.sc.gov.br.