Maracujá amarelo com polpa mais colorida e maracujá roxo são novidades da pesquisa da Epagri
  • Post publicado:22 de abril de 2020
  • Categoria do post:Mídia
Epagri trabalha com melhoramento genético de maracujá há 20 anos

Os brasileiros são os maiores consumidores de maracujá do mundo. Para relaxar ou dormir melhor, a fruta é popular principalmente pelos efeitos calmantes. Com a demanda em alta, o mercado está aquecido e o país se destaca como o maior produtor mundial de maracujá.

Nesse cenário, Santa Catarina ocupa lugar de destaque. O Estado está entre os três maiores produtores de maracujá do Brasil, atrás apenas da Bahia e do Ceará. Nas terras do Extremo Sul Catarinense, o cultivo do maracujazeiro-azedo (Passiflora edulis) está incorporado na rotina de trabalho de centenas de famílias de pequenos agricultores. É uma das mais importantes cadeias produtivas na geração de renda e trabalho da agricultura familiar. Sombrio e São João do Sul estão entre os dez municípios que mais produzem maracujá no território nacional.

Pesquisadores da Epagri de Urussanga melhoram ainda mais a qualidade do maracujá catarinense

Maracujá Catarina

Os bons resultados não foram alcançados por acaso, são fruto de muito trabalho da Epagri, com a pesquisa de novos cultivares e orientação de tecnologias mais eficientes e sustentáveis no cultivo do maracujazeiro-azedo. Um esforço conjunto entre pesquisadores da Estação Experimental de Urussanga, extensionistas rurais e produtores da região resultou no desenvolvimento de um cultivar altamente adaptado às condições de clima do Sul Catarinense. O maracujá-azedo, batizado como “Catarina”, logo conquistou a preferência dos agricultores e dos consumidores, passando a ser o mais valorizado no mercado brasileiro.

Maracujá Catarina desenvolvido pela Epagri é o preferido dos brasileiros

O pesquisador Henrique Belmonte Petry diz que o programa de melhoramento genético do maracujazeiro teve início há mais de 20 anos, na Estação Experimental de Urussanga. Nos últimos cinco anos, depois do registro do maracujá Catarina, a equipe passou a fazer experimentos para desenvolver uma segunda geração desse cultivar amarelo, buscando mais cor à polpa. “Nós já conseguimos melhorar muito a coloração da polpa, aproximando-se a um tom avermelhado”, conta o pesquisador.

Maracujá roxo

Maracujá com polpa mais colorida e maracujá roxo são frutos da pesquisa

Outro foco da pesquisa está direcionado ao cultivo do maracujá roxo. O fruto atrai pela beleza externa e por conter polpa menos ácida. Relatos de consumidores indicam que o suco do maracujá roxo é mais apreciado que o do maracujá amarelo. Petry explica que esta é uma linha de trabalho voltada à agricultura orgânica. “É interessante que os frutos sejam vendidos inicialmente em feiras ou em mercados específicos para que o público comece a conhecer o maracujá de casca roxa”.

De acordo com Petry, no caso de exportação, o maracujá roxo teria algumas vantagens, pois europeus e americanos conhecem basicamente o fruto com essa coloração. O maracujá disponível no mercado mundial é pequeno e a polpa é mais doce, consumida na própria casca com o auxílio de uma colher.
A pesquisa catarinense está sempre em busca de novidades aos produtores e consumidores. Que tal o maracujá-doce? Logo falaremos sobre esse fruto, mais um cultivar se desenvolvendo pelas mãos dos pesquisadores da Epagri.