Temperaturas muito altas ou muito baixas impactam na produtividade do arroz. Esse fenômeno foi comprovado por experimentos conduzidos na Estação Experimental em Itajaí (EEI) que resultou em uma tese de doutorado defendida em 2020. A autora é Natália Maria de Souza, que foi co-orientada pelo pesquisador da EEI Rubens Marschalek e teve como orientador o professor Luis Sangoi (Udesc/CAV).
O estudo que resultou na tese “Esterilidade por altas temperaturas na antese em genótipos de arroz irrigado” investigou os efeitos negativos das temperaturas extremas, tanto altas quanto baixas, sobre a produtividade do grão para encontrar os limites mínimo e máximo de temperaturas toleradas pelos modernos cultivares, como também para identificar novas linhagens de arroz tolerantes a esses extremos. “No limite inferior, encontra-se a temperatura de 170C como limitante na fase reprodutiva do arroz, e temperaturas de 34º a 360C são o máximo suportado pela maioria das variedades”, diz Rubens.
A equipe de pesquisa do arroz da Epagri iniciou em 2008 os estudos para identificar a existência de estresses por extremos de temperatura na cultura desse grão, todos em parceira com outras instituições de pesquisa. Esses estudos resultaram em três dissertações de mestrado e uma de doutorado, que revelaram também a existência de linhagens de arroz tolerantes a temperaturas abaixo e acima dos extremos indicados, o que pode ser muito promissor no programa de melhoramento genético “Temos perspectivas de alguma nova variedade tolerante ser disponibilizada aos agricultores nos próximos anos”, diz o pesquisador da Epagri.