Governador conhece método da Epagri de produção de espumante voltado ao pequeno produtor
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Ainda em fase de testes, a técnica é até 30% mais barata que a usual. Foto: Mauricio Vieira / Secom

Resgatar um método secular de produção de espumantes e adaptá-lo para as pequenas propriedades de vitivinicultura de Santa Catarina. Esse é o trabalho que a Epagri vem fazendo na Estação Experimental em Videira, no Meio-Oeste Catarinense, nos últimos anos. O governador Carlos Moisés visitou a unidade, na tarde desta quinta-feira, 5, e conheceu um pouco do método, conhecido como ancestral.

Ainda em fase de testes, a técnica é até 30% mais barata que a usual e utiliza uvas de menor valor comercial, como a Niágara. Após a visita, o governador elogiou o trabalho de pesquisa realizado pela Epagri e salientou a importância da Empresa para os produtores rurais do estado.

A presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, acompanhou a visita. “A Empresa tem um trabalho muito amplo, atuando para o desenvolvimento das cadeias produtivas por meio da pesquisa e da extensão rural. A visita do governador a essa unidade foi uma grande oportunidade para mostrar tudo o que a Epagri leva aos agricultores e o quanto gera de tecnologia”, afirma Edilene.

A presidente da Epagri, Edilene Steinwandter, acompanhou a visita. Foto: Mauricio Vieira / Secom

“A gente percebe que a Epagri cumpre o seu papel social quando recebe aqui os produtores que não têm toda a cadeia tecnológica para produzir. Eles são acompanhados para, com segurança, obter um produto final que vem agradando. A Epagri tem um papel importantíssimo de desenvolvimento econômico no ambiente rural”, afirmou o governador.

O pesquisador em enologia da Estação Experimental da Epagri em Videira, Vinicius Calliari, relatou ao governador que alguns produtores da região começaram a utilizar o método ancestral neste ano. Calliari explica que, além de ser voltada para o pequeno produtor, a pesquisa da Epagri levou a um produto mais leve e sem impurezas.

“Foi com esse método que surgiu o espumante no mundo. Porém, com o passar do tempo, ele caiu no ostracismo. Por quê? Ele dava produtos um pouco turvos e apelou-se para técnicas mais tradicionais, como a champenoise. Nós fizemos um resgate para fazer a aplicação voltada para a pequena propriedade aqui do Vale do Rio do Peixe”, explica Calliari.

A pesquisa da Epagri levou a um produto mais leve e sem impurezas. Foto: Mauricio Vieira / Secom

O pesquisador salienta ainda que foram feitas algumas adaptações à técnica, que permitem que o produto tenha aromas mais leves com um gosto tropical. “É uma bebida para iniciação ao consumo de vinho, que pode ser servida antes de refeições ou com a sobremesa, pois ele tem uma característica Demi-Sec”.

De produtor a empreendedor

No ano 2000, a vida do produtor rural Vilson Adir Zago mudou. Ele plantava uvas há muitos anos na comunidade de Rondinha, em Videira, e queria começar a industrializar o seu suco. Com o apoio da Epagri, conseguiu financiar a compra do maquinário e passou a vender o produto com um valor agregado maior.

Hoje, ele continua recebendo assessoria dos técnicos do órgão estadual. Recentemente, adquiriu uma máquina para extrair óleo das sementes, que serve como complemento de renda e evita o despejo irregular do resíduo.

Foto: Mauricio Vieira / Secom

“Sem o apoio da Epagri, nós não saberíamos nem por onde começar. Quando iniciei a produção de suco, nós tínhamos pouco conhecimento na região. O Rio Grande do Sul estava um passo à frente de nós, mas hoje nós estamos bem assessorados” diz.

Também acompanharam a visita à estação experimental da Epagri o chefe da Casa Civil, Douglas Borba, o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Esmeraldino, o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Ricardo de Gouvêa.

Conheça a seguir o método de produção ancestral em reportagem da equipe de TV da Epagri.

Com informações de Leonardo Gorges / Secom