Mais de cinco mil metros de isolamento e revitalização das matas ciliares foram registrados São Miguel do Oeste, em 2019. Esse resultado foi alcançado por meio de ações de educação ambiental que envolveram mais de 600 estudantes e que fazem parte das ações do projeto de restauração das matas ciliares do arroio camboim e seus afluentes, um dos principais mananciais que fornece água para a estação de tratamento da Casan que abastece o município.
O projeto vem sendo realizado desde 2014. A extensionista social da Epagri, Leonilda Romani Villani, explica que todas as etapas são planejadas e realizadas coletivamente entre as famílias de agricultores, Epagri, Sicoob, Polícia Militar Ambiental, Grupo de Protetores Ambientais e Secretaria da Agricultura de São Miguel do Oeste, entre outras parcerias existentes. “Nesse período foram mais de 29,5 mil metros de isolamento e recomposição de matas ciliares com distância mínima de cinco metros das margens dos recursos hídricos. A construção de cercas foi possível com recursos do Sicoob, do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados do Ministério Público do Estado de Santa Catarina, do qual recebemos o montante de R$ 170 mil”, ressalta Leonilda.
Para Blasio Spaniol, coordenador de projetos ambientais do Sicoob, a cooperativa apoia e disponibiliza recursos para doze projetos na região do Extremo Oeste Catarinense integrados com as ações ambientais da Epagri. “O Sicoob São Miguel estabeleceu como bandeira a responsabilidade ambiental, pois compromisso com a comunidade é um dos nortes condutores da cooperativa, entendido como fundamental para sua perenidade”.
Segundo o engenheiro-agrônomo Clístenes Antônio Guadagnin, extensionista rural da Epagri e responsável pelo Programa Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental da Epagri no Extremo Oeste Catarinense, a bacia hidrográfica do Arroio Camboim e seus afluentes está situada às margens de áreas com diferentes classes de solos, manejados com cultivos agrícolas e pastagens para a pecuária leiteira que provocam diversos impactos na qualidade e quantidade dos recursos hídricos existentes.
“Ainda existem conflitos a serem resolvidos devido à exploração dos recursos naturais e necessidade de maior consciência ecológica. Em alguns locais se verifica indícios de poluição provocada por produtos orgânicos e químicos, muitas vezes de origem externa às propriedades rurais, visto a proximidade com os centros urbanos. Mas estamos mudando essa realidade por meio dos projetos ambientais desenvolvidos no Extremo Oeste Catarinense, como este do Arroio Camboim”, diz Clístenes. Como resultado, a população passa a contar com maior quantidade das águas superficiais e manutenção da qualidade dos recursos hídricos disponíveis.