O consumidor pode confiar: as hortaliças catarinenses estão cada vez mais limpas. Tecnologias e boas práticas de produção são disseminadas no campo há décadas, ajudando a reduzir significativamente o uso de insumos químicos nas hortas do Estado. Ao lado dos agricultores, a Epagri integra um time de instituições que estão empenhadas nessa missão.
A Empresa participa do Programa Alimento Sem Risco (PASR), que desde 2010 combate o uso indiscriminado de agrotóxicos no Estado. Ele é coordenado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e tem participação de órgãos como Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc), Centrais de Abastecimento de Santa Catarina (Ceasa) e Diretoria de Vigilância Sanitária (DIVS).
Um dos frutos desse trabalho é o e-Origem, um sistema gratuito desenvolvido pela Cidasc que deu início à rastreabilidade dos alimentos de origem vegetal in natura no Estado. Ele permite que o agricultor faça seu cadastro, informando os itens que produz, com detalhes como sistema de cultivo, área de plantio e período de comercialização.
Cada produto ganha um código de rastreabilidade que acompanha o alimento pela cadeia produtiva até chegar ao consumidor. Para isso, o sistema permite imprimir rótulos, cartazes para gôndolas e etiquetas. O e-Origem também gera um caderno de campo onde o agricultor registra as práticas realizadas em cada lavoura.
Alimento que “fala”
Com o código em mãos, o consumidor pode fazer o caminho contrário do produto. Usando um smartphone ou computador, consegue consultar quem produziu aquele alimento e até localizar a propriedade rural no mapa.
O e-Origem já tem mais de 2,5 mil produtores cadastrados em 239 municípios. “Percebemos o impacto desses cadastros no comportamento dos produtores, que estão tomando mais cuidado no uso de agrotóxicos. Quando eles preenchem o caderno de campo, precisam incluir dados do receituário agronômico para cada cultura, e acabam aprendendo que não podem usar produtos que não foram receitados para aquela lavoura”, diz Alexandre Mees, gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da Cidasc.
No comércio, os alimentos estão sujeitos à fiscalização da Vigilância Sanitária e, quando há irregularidade, todos os envolvidos podem ser responsabilizados. A diferença, agora, é que os fiscais da Cidasc conseguem chegar à propriedade rural para verificar o problema. Além de estarem sujeitos às penalidades da legislação de defesa sanitária, os responsáveis podem ser alvo de Termos de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TACs).
Resultados
Entre 2010 e 2018, 3,5 mil amostras de alimentos foram analisadas pelo PASR. Nesse período, o índice de desconformidade de agrotóxicos caiu de 34,5% para cerca de 20%. Mas o trabalho vai muito além dos números.
O papel da Epagri no PASR é desenvolver conhecimento e orientar os agricultores na adoção de tecnologias sustentáveis. No caso das hortaliças, os trabalhos que se destacam são o plantio direto, a produção orgânica, o cultivo em abrigos e a produção integrada. “As hortaliças catarinenses estão cada vez mais seguras, em grande parte graças ao trabalho que a Epagri desenvolve com seus parceiros, introduzindo e disseminando boas práticas de produção que permitem reduzir o uso de agrotóxicos”, destaca Paulo Francisco da Silva, coordenador do programa de olericultura da Empresa.
Desde 2015, a Epagri implantou 88 Unidades de Referência Tecnológica e Unidades de Observação em propriedades rurais para aplicar e divulgar essas tecnologias. Assim, foi possível intensificar visitas técnicas, reuniões, excursões, treinamentos e dias de campo com agricultores. Só em 2018, 1,8 mil participantes foram capacitados em produção limpa de hortaliças.
Continue acompanhando, aqui no site da Epagri, esta série de matérias sobre hortaliças limpas:
Confira, neste vídeo, mais informações sobre SPDH:
Aqui tem mais informações sobre cultivo orgânico de hortaliças:
Para saber mais sobre produção integrada, assista: