Seminários sobre a cultura da banana movimentam a região de Criciúma
  • Post publicado:3 de outubro de 2019
  • Categoria do post:Mídia

Cultura de destaque no Sul Catarinense, a banana ocupa cerca de 7,6 mil hectares na região, com valor bruto de produção de 153,4 milhões de reais. As cultivares do grupo Prata (banana branca) predominam, especialmente a cultivar SCS451 Prata Catarina, que corresponde a 72,4% da área plantada. Diante disso, a Epagri, em parceria com a Cooperja, Abacri e Embrapa, realizou dois seminários sobre a cultura nos municípios de Criciúma e de Jacinto Machado, nos dias 18 e 19 de setembro. Os pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura falaram sobre o mal-do-Panamá, o manejo das sigatokas amarela e negra e sobre os cultivares de banana.

O fitopatologista Fernando Haddad iniciou os trabalhos enfatizando os manejos que devem ser realizados para controle e convívio com o mal-do-Panamá, doença causada por um fungo presente no solo (Fusarium oxysporum f. sp. cubense). O bom preparo do solo, utilização de mudas de procedência e o controle da entrada e saída de pessoas nos pomares são algumas das medidas preconizadas. O pesquisador também informo os produtores sobre a entrada da Raça 4 (TR4) daquele fungo na América, mais precisamente na Colômbia. Essa raça, que até então estava presente apenas nos continentes asiático e africano, teve sua presença confirmada em fazendas de banana na costa caribenha, ao norte da Colômbia, levando o país a decretar estado de emergência nacional. “Vale a pena destacar que não é motivo para pânico, assim como ocorreu com a Sigatoka-negra. Temos sim que redobrar nosso cuidado com os pomares e as instituições de pesquisa e extensão fornecerem ferramentas para manejo e convívio com a doença”, ressalta Haddad.

Ao final do evento os participantes degustaram pratos à base de banana

Edson Perito Amorim, pesquisador em Genética e Melhoramento de Plantas, falou sobre as cultivares de banana desenvolvidas pela empresa, os métodos e os experimentos que são realizados para o futuro lançamento de material aos produtores. Também mostrou alguns materiais que estão sob avaliação e que já apresentam resistência à raça 4 do F. oxysporum f. sp. cubense.

Já o fitopatologista Hermínio Souza Rocha falou sobre o manejo das Sigatokas amarela e negra. Ele destacou as condições ambientais favoráveis para o desenvolvimento dessas doenças no pomar, bem como os manejos preconizados. Além disso, mostrou aos produtores a sintomatologia da doença. Alguns manejos foram abordados, como a cirurgia de folhas, desfolha, manejo das folhas retiradas da planta, entre outros. Ele ressaltou que a combinação de uso de tecnologia e os manejos preconizados são a chave para o alcance de boas produtividades, não se devendo olhar os problemas isoladamente no pomar.

Segundo o extensionista da Epagri Diego Adílio da Silva, responsável pelo projeto Fruticultura no Sul Catarinense, os seminários fizeram parte da programação da visita da Embrapa no em Santa Catarina. “O estreitamento de parcerias é de suma importância para que se leve tecnologias e informações aos produtores. Além de agricultores capacitados, fortalecemos parcerias entre Epagri, Cidasc, Associação de Produtores, Cooperja, Embrapa e prefeituras e a promovemos a interação entre pesquisa e extensão em prol da bananicultura”. Ao final dos eventos os participantes degustaram pratos à base de banana.