Agricultores do município de Irineópolis que adquiriram sementes de milho da Epagri se reuniram para discutir sobre o manejo da cultura. O encontro foi no dia 10 de setembro na propriedade de Orlando e Luana Ferreira, na comunidade do Rio Branco. A retomada do trabalho com as VPA surgiu da demanda dos produtores para a criação doméstica de aves, suínos e bovinos, pois os materiais utilizados estavam sofrendo muitas perdas pelo ataque de pragas de armazenamento e grãos ardidos, além do alto custo de produção.
As variedades de polinização aberta (VPA) entregues foram Fortuna e Catarina. Na oportunidade a equipe da Epagri local recomendou a quantidade apropriada de plantas por hectare e o espaçamento entre linhas a ser utilizado para a semeadura do milho. Além disso, foi indicado o manejo para o controle de plantas daninhas e das principais pragas que atacam as lavouras de milho.
A Epagri possui três variedades de milho de polinização aberta: Fortuna, Catarina e Colorado, com produtividades acima de 10 toneladas por hectare. O extensionista rural de Irineópolis, Alex Caitan Skolaude, destaca que o custo do quilo da semente é muito baixo: R$ 8,00, sendo possível multiplicar na propriedade para o uso próprio e contínuo nos próximos anos sem perda de produtividade, ao contrário do milhos híbridos encontrados no comércio.
“Esses materiais apresentam uma genética mais ampla, o que garante características de resistência à seca e à baixa fertilidade do solo. A qualidade do grão produzido também é um grande diferencial, pois são mais resistentes ao ataque de fungos geradores de micotoxina, presente no grão ardido, e praticamente não sofrem prejuízos pelo ataque de carunchos. No final das contas, o mais importante é quanto sobra de dinheiro no bolso do agricultor”, ressalta o extensionista.
Plantas de cobertura – Após a reunião sobre o milho, os agricultores se deslocaram até a propriedade de Sidinei e Sônia Estriser, onde está implantada uma unidade demonstrativa de plantas de cobertura do solo de inverno, que é uma ação do programa municipal de conservação do solo, da água e das estradas rurais de Irineópolis e do Programa Regional Planorte Água e Solo.
Na unidade os agricultores observaram e compararam o desenvolvimento e a produção de massa verde dos diferentes materiais implantados, assim como os benefícios da cobertura do solo como a fixação biológica de nitrogênio, a estruturação do solo e a reciclagem de nutrientes. As espécies observadas foram: aveia preta, ervilhaca comum, ervilhaca peluda, tremoço, nabo forrageiro, gorga e centeio em cultivo solteiro e em consórcio.
Alex explica que existem vários detalhes que devem ser analisados na hora de escolher a espécie de planta de cobertura do solo. “Apresentar rápido crescimento inicial, eficiência em cobrir o solo, produzir elevada quantidade de massa verde, ser de fácil manejo, ter capacidade de reciclar nutrientes e apresentar resistências à seca e/ou à geada são algumas características que auxiliam na tomada de decisão de qual material é o melhor para utilizar na propriedade”, diz o extensionista.