A tradições e os costumes trazidos pelos imigrantes italianos são mantidos até hoje em muitas cidades de Santa Catarina. É o caso da moagem da farinha de milho em moinho de pedra. A atividade é valorizada na agricultura familiar do município de Ipumirim, no Oeste Catarinense.
Lá as famílias têm o hábito de se encontrar para comer, beber, conversar e cantar. Os descendentes italianos revivem uma antiga tradição que eles chamam filó. Na época dos colonizadores, o filó era um encontro na casa de um parente ou vizinho. O motivo era rezar, contar histórias, fazer trabalhos manuais, jogar, cantar e saborear comidas típicas. “Assim eles tinham vida social e se fortaleciam para as atividades duras do campo”, conta a agricultora Elizete Vivian Somariva.
Nos filós realizados atualmente e no dia a dia das famílias nunca falta a tradicional polenta. E melhor ainda se a farinha for moída em moinho de pedra, assim como era quando os primeiros imigrantes se instalaram na região.
Por isso, Cláudio e Elizete Somariva, da comunidade Serrinha, investiram na construção do Moinho Colonial Pedra Viva, um empreendimento que se destaca pela qualidade do produto. A produção média é de 3,6 mil quilos de farinha de milho por mês e todo esse volume é comercializado nos mercados da região. “Nós pretendemos dobrar a quantidade e para isso estamos adquirindo mais uma pedra para a moagem do milho”, revela o agricultor Cláudio, empolgado com o sucesso nas vendas.
A família Somariva é uma das associadas à Coopermirim – Cooperativa de Agricultores Familiares de Ipumirim. Com organização e trabalho coletivo, eles conseguem mais apoio institucional e fortalecem os negócios. Em 2011, o Moinho Colonial Pedra Viva foi um dos beneficiados pelo Programa SC Rural. O extensionista rural da Epagri em Ipumirim Nédio Luiz Patzlaff diz que os recursos foram importantes para a modernização das atividades e humanização do trabalho, reduzindo o esforço no processo produtivo da farinha de milho.
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