Está em vigor desde 30 de maio uma nova normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que fixa regras para a produção de leite no país, especificando os padrões de identidade e qualidade do leite cru refrigerado, do pasteurizado e do tipo A. Para esclarecer sobre o novo regramento aos produtores de São Ludgero, no Sul do Estado, a Epagri promoveu uma tarde de campo no dia 28 de maio, na propriedade de Jonas Soethe, abordando o tema “Qualidade de Leite”. O evento foi realizado em parceria com a Secretaria de Agricultura, Comércio, Indústria e Turismo e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Segundo o extensionista rural da Epagri de São Ludgero, engenheiro-agrônomo Igor Franz Dittert, a estimativa sinaliza que 90% das propriedades de São Ludgero atendem a qualidade exigida e que 10% devem passar por ajustes. No evento ele fez uma apresentação detalhada sobre a qualidade do leite exigida, pontuando as responsabilidades dos produtores, dos laticínios e das assistências técnicas. O extensionista esclareceu que será realizado um diagnóstico individual de cada propriedade, que os produtores precisam ficar atentos já no mês de junho sobre os números apresentados referentes à Contagem Bacteriana Total (CBT) permitida (que é até 300 mil UFC/ml), sobre o controle da temperatura do leite no resfriador (que em três horas deve baixar a 4ºC) e sobre a coleta do leite sendo feita até no máximo em 48 horas.
“Tentamos esclarecer aos participantes que a nova normativa trará benefícios aos próprios produtores, a exemplo do aditivo no preço pago pelos laticínios se eles entregarem leite de boa qualidade”, enfatizou Igor. Ele esclareceu que os meses de junho, julho e agosto servirão de base para a média mínima estabelecida de bactérias e os produtores que não estiverem dentro do estabelecido terão mais dois meses para as adequações. “A coleta de leite será interrompida somente a partir do quinto mês”, explica.
Durante o evento, o engenheiro-agrônomo do Senar, Elder Bloemer Brand, falou sobre o manejo prático das ordenhas para garantir a qualidade do leite. Ele alertou sobre os pequenos cuidados que podem fazer a grande diferença na qualidade, a exemplo da manutenção dos equipamentos, da higiene no manejo, do cuidado das instalações físicas e da sanidade dos animais.
Para Igor a tarde de campo foi uma ótima oportunidade para as famílias sanarem inúmeras dúvidas. “Nosso trabalho é orientar com o objetivo de todos os produtores de leite de São Ludgero produzirem dentro da qualidade estabelecida pelo ministério, bem como terem uma valorização maior na comercialização do produto”.
O extensionista da Epagri lembra a importância da iniciativa da administração de São Ludgero em ações conjuntas desenvolvidas ao longo dos últimos anos. Ele destaca principalmente aquelas envolvendo a sanidade animal, com foco em trabalhos direcionados à prevenção da brucelose e da tuberculose