Os pesquisadores e os extensionistas da Epagri passam por capacitações contínuas para sempre aprimorar os serviços oferecidos aos agricultores familiares catarinenses. Nos dias 14 a 16 de maio foi vez dos técnicos que integram um grupo estadual de trabalho relacionado ao uso, manejo e conservação do solo e da água, entre outros temas da agricultura conservacionista.
Eles participaram da primeira etapa do curso de manejo conservacionista do solo e água, em Chapecó. Entre os objetivos do grupo estão a atualização de conhecimentos, a avaliação das ações realizadas em todo o Estado e a elaboração de propostas e políticas públicas para o aprimoramento dos trabalhos da pesquisa e da extensão rural da Epagri na área do uso, manejo e conservação do solo e da água.
O evento teve a participação do pesquisador Afonso Peche Filho, do Instituto Agronômico de Campinas, que trabalhou os temas de paisagem e cenários no redesenho conservacionista e de gestão da qualidade em operações de construção e manutenção de terraços. Ele ressalta que a rentabilidade é dependente da conservação do solo e dos recursos hídricos. “A produtividade entra como uma consequência. Mas a coisa mais importante dentro da arte de agricultar é realmente a construção de ambientes produtivos”.
Peche Filho define como agricultor conservacionista aquele que respeita todas as formas de vida. “O conservacionismo moderno está ligado à biodiversidade, mesmo porque nós precisamos de quantidade e qualidade da água e ela está ligada diretamente à biodiversidade. A biodiversidade é importante na prática, mesmo que os agricultores, pela simplicidade ou pela formação, não usem essa palavra no vocabulário. O agricultor conservacionista é aquele que está preocupado com o mínimo detalhe do processo erosivo, com a perda de alimento para pássaro e para polinizadores, com a degradação de suas terras e das estradas. O agricultor conservacionista é a essência da conservação do solo”, diz.
No curso também foram trabalhados temas relacionados à hidrologia, como características das chuvas no estado de Santa Catarina, infiltração de água no solo, escoamento superficial e estimativa de perdas de solo, que tiveram como instrutor o pesquisador Álvaro Bach, da Estação Experimental da Epagri em Urussanga. Já os pesquisadores da Epagri/Ciram Elisangela Benedet da Silva e Denilson Dortzbach trabalharam com os temas classificação de solos, aptidão de uso das terras e avanços tecnológicos da pedologia (estudo dos solos em seu ambiente natural).
O evento foi organizado pelo coordenador estadual do programa de Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental da Epagri, Célio Haverroth. A segunda etapa do curso acontecerá em julho deste ano.