A propriedade de Edésio e Lucia Schmitt serve como referência quando o assunto é Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) na região da Grande Florianópolis. O casal já recebeu inúmeros visitantes para mostrar os resultados do SPDH, como foi o caso do jovem agrônomo Vilmar Müller Júnior, que conheceu e pesquisou o sistema durante a graduação de Agronomia na UFSC. Atualmente, cursando doutorado, trouxe o orientador David Fangueiro, do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, para conhecer os benefícios do SPDH.

A visita aconteceu no começo de maio. O casal de agricultores explicou as melhorias que a metodologia do SPDH trouxe para a propriedade. Edésio diz que ao longo dos dez anos de estudo e prática eles conseguem determinar com maior precisão o momento certo para adubar e fazer os manejos fitossanitários para o controle de doenças, observando as condições climáticas e o estágio de desenvolvimento da planta. “Antigamente passávamos veneno semanalmente sem observar se era necessário. Tínhamos um elevado custo com excesso de adubações e de mão de obra para as inúmeras pulverizações da cultura em desequilíbrio”, diz ele.

A extensionista rural de Antônio Carlos, engenheira-agrônoma Cassiele Bley, explica que Edésio e Lucia iniciaram no sistema em 2009, junto com outros agricultores do município que formam o grupo de Estudos em SPDH. Na propriedade do casal Schmitt foi instalada uma unidade de referência na área de tecnologias sustentáveis de baixo custo nas culturas de chuchu, maracujá e criação de ácaros predadores.

Segundo Cassiele, uma das metodologias difundidas pelo SPDH é o processo de ensino aprendizagem, onde há a troca de saberes populares e de saberes acadêmicos para a construção coletiva do conhecimento, que em breve será levada pelo professor Vilmar para Lisboa para difusão entre técnicos, alunos e agricultores. “Isso mostra como o SPDH, uma tecnologia desenvolvida pela Epagri em parceria com a UFSC e a UDESC, está se expandindo tanto na América Latina quanto na Europa”.