Para quem produz arroz irrigado, a água é o recurso mais importante. E na propriedade de João e Tânia Dal Molin, em Nova Veneza, era justamente esse o principal problema. Não à toa a comunidade de São Bonifácio, onde eles vivem, é conhecida como Vila Seca. Produzindo arroz há 30 anos, a família dependia de um pequeno córrego que tem baixa vazão e seca em períodos de estiagem.
Depois de fazer o Curso de Liderança, Gestão e Empreendedorismo para jovens oferecido pela Epagri, Marcos Augusto, filho do casal, voltou com ideias inovadoras e interesse em investir no armazenamento de água. “Foi possível ver com mais dimensão a importância da água. Em um ano chove mais de 1.500 milímetros em nossa região e, com açudes, é possível guardar boa parte dessa água para gerar sustentabilidade na propriedade”, diz o jovem administrador.
Em 2017, com assistência técnica e apoio da Epagri, uma área menos produtiva da propriedade foi usada para construir um açude com capacidade para 25.000m3 de água. Outro açude foi redimensionado, com 10.000m3. Ambos são abastecidos pelo córrego em épocas de cheia.
Os resultados já apareceram na primeira safra, conduzida com sementes pré-germinadas. Com água disponível, a semeadura pôde ser feita na época certa. A lavoura foi conduzida com lâmina d’água permanente no início, reduzindo a incidência de plantas daninhas e garantindo o bom estabelecimento das plantas.
A disponibilidade de água também permitiu aplicar corretamente os herbicidas para o manejo de plantas daninhas, com o retorno da lâmina d’água dois dias após a aplicação – isso aumenta a eficiência no controle porque reduz a reinfestação, evitando novas aplicações. Em 2 hectares, a colheita foi de 338 sacas de arroz. Só não foi melhor por conta do frio, mas água não faltou, mesmo com 30 dias de estiagem.
A propriedade se tornou Unidade de Referência para mostrar às famílias da região como esse investimento dá sustentabilidade às lavouras de arroz. Alguns produtores já se animaram a seguir o exemplo.
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