Um dos temas abordados durante o ano de 2018 no munícipio de Chapecó pela extensionista da Epagri, Josefina de Carvalho, foi a autoestima da mulher. O assunto foi trabalhado por meio de dinâmicas de grupos e de 16 oficinas de escalda pés e de produção de corações afetivos e de arranjos de natal. As atividades envolveram em torno de 160 famílias, a maioria de mulheres agricultoras indígenas.
As mulheres representam 48% da população rural brasileira, de acordo com o governo Federal. Em 2014 elas eram mais de 14 milhões e as maiores responsáveis pela produção destinada ao autoconsumo familiar e pelas práticas agroecológicas e de reprodução de sementes crioulas. Elas contribuem com 42,4% do rendimento da família. O trabalho doméstico e a criação dos filhos também ficam sob a responsabilidade delas, levando a maioria das agricultoras a dispensar pouco tempo para elas próprias. Oficinas como as desenvolvidas em Chapecó proporcionam esses momentos.
A agricultora Elaine Culpini, da Comunidade Alto da Serra, afirma que essas ações dão força pra ela encarar as atividades diárias. “A gente está tão atarefada no dia a dia com trabalho, casa, filhos, que chega um tempo que a gente está tão pra baixo! Com uma palestra sobre autoestima você se anima, você se renova e têm ânimo e pique pra começar tudo de novo. Isso é muito bom”.
Cleusa Domingas Rodrigues, da terra indígena Toldo Chimbangue, trabalha com a saúde indígena há 24 anos e nos últimos dois anos vem acompanhando o trabalho realizado pela Epagri. “Foram realizadas várias oficinas como de alimentação saudável e aproveitamento de alimentos, reaproveitamento de reciclados, confecção de tapetes, entre outros. Isso reflete diretamente no bem-estar e desenvolvimento das mulheres envolvidas ”, diz ela.
Josefina afirma que nas ações desenvolvidas procura-se reforçar o caso de amor que cada mulher tem por ela mesma. “Isso tem a ver com o amor próprio, se querer bem, se colocar em primeiro lugar na sua vida, se amar exatamente como se é sem se importar com o que os outros pensam, admirar a beleza da outra sem comparar com a sua. Afinal cada pessoa tem qualidades únicas e também tem defeitos e sonhos. Se não estamos bem com nossa autoestima isso reflete nos nossos relacionamentos, no nosso trabalho e em tudo que nos cerca nos impedindo de sermos realmente felizes.”, diz a extensionista.