A pecuária leiteira é uma das atividades que mais tem crescido e ganhado expressão nos últimos anos no Planalto Norte Catarinense. Duas propriedades do interior de Bela Vista do Toldo, dos produtores Gerson e Graciano, têm mostrado um desempenho expressivo nessa atividade.
Esses produtores podem dizer que são bem-sucedidos na atividade leiteira. Eles são vizinhos na comunidade da Lagoa do Sul. Suas famílias são pequenas e a atividade leiteira desenvolvida é baseada em pastagens anuais de inverno (aveia e azevém), e no verão as áreas de leite concorrem com a cultura do fumo, soja e milho.
Gerson investiu no melhoramento da atividade com pastagens perenes de verão e o resultado após quatro anos foi o aumento de 125% na renda da atividade. Graciano manteve a base da atividade nas pastagens anuais (azevém no inverno e milheto no verão) e, com a melhoria de algumas técnicas na propriedade, aumentou a produtividade de 12 mil litros de leite por hectare para 20 mil.
Segundo engenheiro-agrônomo da Epagri em Bela Vista do Toldo, Marlon Dutra, um dos pontos fundamentais é a organização. “Eles são produtores que participam de grupos e acessam políticas públicas. Ambos foram contemplados com recursos do projeto SC Rural por participar de um grupo de produtores de leite, e com isso conseguiram acessar várias políticas públicas estaduais para melhorar a atividade leiteira. O Programa Planorte Leite também vem incentivando produtores a se organizar e melhorar a atividade leiteira. Gerson e Graciano participam dos encontros desde o início e são grandes apoiadores do programa”, explica.
Além dos programas governamentais, outro fator importante é assistência técnica oferecida pela Epagri, que auxilia o produtor a investir melhor e a superar gargalos na atividade. O diferencial da assistência recebida pela Empresa foi o acompanhamento contábil. Outra ação de destaque é o trabalho realizado com toda a família com o objetivo de facilitar o trabalho na atividade, principalmente para a mulher, que na maioria dos casos é responsável pela ordenha dos animais e precisa de um local limpo, organizado, de fácil acesso, ergonômico e que possibilite uma ordenha rápida, higiênica e funcional dos animais.
Marlon explica que dentro das propriedades foram aprimoradas técnicas conhecidas, mas que muitas vezes não estão adequadas À realidade de cada um. Foram feitas melhorias no sistema de piqueteamento, colocação de água para os animais e lotação e produtividade animal adequadas para um sistema à base de pastagens.
“Devemos ressaltar também que muitas propriedades não têm o hábito de realizar análise de solo das áreas de pastagem e nem de adubar. Para esse aumento de renda no leite, tudo começa com o cuidado com o pasto. Hoje temos cultivares de pastagem de verão que produzem tanta matéria seca quanto uma lavoura de milho. Isso sem falar nas novas cultivares de azevém, que têm alto potencial de produção e ainda são adubadas sem recomendação. Adubar com recomendação técnica faz muita diferença”, ressalta o extensionista.
Esses produtores são dois casos de sucesso que, com muito trabalho, apoio e perseverança, atingiram resultados expressivos em pouco tempo. Hoje eles abrem suas propriedades para as visitas de outros produtores e mostram o que estão fazendo, apoiando o crescimento de mais pessoas. Sentem orgulho da atividade e são referência na região como produtores de leite.