Negócio promissor para os agricultores, a produção de banana orgânica em Sombrio, no Extremo Sul Catarinense, cresce em ritmo acelerado. Em março, 60 hectares de bananais foram certificados no sistema orgânico pela rede de agroecologia Ecovida, elevando a área total para 65 hectares. Em setembro, o total será de 100 hectares certificados.
Esse resultado é a colheita de um trabalho que iniciou em 2017 com incentivo da Epagri. Na época, os bananicultores se interessaram em sair do sistema convencional, que tradicionalmente praticavam, para iniciar a produção orgânica. As equipes da Epagri, então, realizaram excursões técnicas e reuniões sobre temas como certificação, rastreabilidade, mercado e comercialização, associativismo e cooperativismo. “Aos poucos eles foram se familiarizando com esses assuntos. Hoje se sentem preparados para encarar uma nova realidade com toda a experiência de vida e trabalho que possuem”, conta Mirielle de Oliveira Almeida, extensionista da Epagri de Sombrio.
No dia 15 de março, a Epagri do município promoveu mais uma capacitação para os produtores. Na propriedade da família Bez, na comunidade Retiro da União, foi realizada uma oficina de manejo da sigatoka-amarela em bananais orgânicos e convencionais em parceria com a cooperativa Uneagro. Mirielle apresentou o modo de preparo e os benefícios de caldas orgânicas que foram testadas durante um ano no controle dessa doença.
O evento contou com a participação de Luana Maro, pesquisadora da Estação Experimental de Itajaí, e Mauro Bonfim Júnior, pesquisador da Estação Experimental de Urussanga. Eles orientaram os participantes sobre como fazer o controle da doença com responsabilidade ambiental e maior rentabilidade.
Bananicultores dos sistemas convencional e orgânico participaram da oficina. Integrantes do grupo Serra Mar de Agroecologia, que recebem apoio da Epagri e da Uneagro desde 2015, ficaram satisfeitos com o que aprenderam. “Para nós, produtores orgânicos, é de grande importância essa parceria com a Epagri e a Uneagro. Traz ao grupo informações novas, nos permite ter uma melhor produção, produtos de qualidade respeitando o meio ambiente e, por consequência, levar aos consumidores algo bem apresentável e orgânico”, disse o agricultor Marcos Paulo da Silva Bez, de Sombrio. O grupo é formado por 23 famílias de Balneário Gaivota, Sombrio e Santa Rosa do Sul.