O Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca da Epagri (Epagri/Cedap) desenvolveu pesquisa que constatou que a produção de berbigão em cativeiro é viável em Santa Catarina. O experimento teve sucesso ao produzir larvas do molusco, manter as sementes em crescimento em berçário marinho e realizar a transferência para sistema de produção suspenso flutuante. O estudo foi desenvolvido por João Guzenski, pesquisador da Epagri/Cedap.
O trabalho mostrou que o processo de larvicultura é bastante rápido, levando em torno de 10 dias para as larvas assentarem. As sementes podem ser transferidas para o mar quando atingem um tamanho médio de 1,72mm. Com o uso de um sistema suspenso flutuante de bandejas, os berbigões alcançam um tamanho médio de 24,3mm em 12 meses de cultivo e uma sobrevivência de 94% nessa fase.
O pesquisador explica que fatores como extração excessiva, poluição das águas costeiras, diminuição de habitats e falta de plano de manejo dos bancos naturais resultaram na sobre-exploração da espécie, ameaçando sua sustentabilidade. “Contudo, a introdução de sementes de berbigões produzidas em laboratório, seja empregando técnicas de repovoamento dos bancos naturais ou de cultivo através da maricultura, pode auxiliar sobremaneira a recuperação desta importante atividade, com benefícios sociais, econômicos e ambientais”, relata Guzenski.
Outras espécies de berbigões são cultivadas na China, Estados Unidos e Canadá, sendo uma atividade econômica estabelecida nestes países, exemplifica o pesquisador. Ele ressalta que, em Santa Catarina, a criação do molusco em cativeiro “pode ser utilizada como uma ferramenta complementar à gestão deste recurso pesqueiro ou ser introduzida como uma nova opção na maricultura”.
A Epagri publicou folder que documenta o potencial de cultivo do berbigão no litoral catarinense.
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João Guzenski, pesquisador da Epagri/Cedap, pelo fone (48) 3665-5063
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Gisele Dias, jornalista
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