Boletim Agropecuário de novembro indica recuperação do milho 1ª safra em SC

Estimativas da Epagri/Cepa indicam que a 1ª safra de milho em Santa Catarina deve se recuperar, depois de dois anos de quedas significativas. A safra de trigo deve crescer em torno de 37% e a área plantada com soja segue em aumento sistemático nos últimos anos. Estas e outras informações estão no Boletim Agropecuário de novembro, emitido mensalmente pela Epagri/Cepa com a análise das principais cadeias produtivas da agropecuária catarinense.

Produção da 1ª safra de milho 2022/23 em SC está estimada em 2,63 milhões de toneladas (Foto: Aires Mariga / Epagri)

Milho

A produção da 1ª safra de milho 2022/23 em SC está estimada em 2,63 milhões de toneladas, o que significa uma recuperação, depois de duas safras com reduções significativas no Estado. O preço pago ao produtor catarinense segue em recuperação.

Soja

Na atualização de outubro, a Epagri/Cepa passou a estimar a área de cultivo em 730 mil hectares e a produção em 2,66 milhões de toneladas. Estes números consolidam o aumento sistemático da área de cultivo da oleaginosa em Santa Catarina nos últimos anos.

Trigo

Até final de outubro, as estimativas da Epagri/Cepa apontavam para uma área plantada de 139,2 mil hectares, aumento de 35% em relação à safra passada. A produtividade deverá crescer apenas 1%, podendo sofrer alteração para mais ou para menos em função das condições climáticas. Assim, a expectativa é serem colhidos mais de 475 mil toneladas, o que representa um crescimento de 37% em relação à safra anterior.

Arroz

O prolongado período de frio tem atrasado o ciclo do arroz em Santa Catarina. A baixa luminosidade começa a preocupar os produtores com relação à produtividade e à uniformidade do grão. A estimativa atual da safra aponta para estabilidade de área, em torno de 147 mil hectares, e leve retração da produtividade, visto que, na última safra, ela esteve acima da média. 

Os preços do arroz em casca em Santa Catarina seguiram em alta entre os meses de outubro e primeira quinzena de novembro.  A expectativa de que os preços continuem se elevando tem levado os produtores a segurar a comercialização, em busca de melhores cotações.

Feijão

A estimativa atual da Epagri/Cepa indica que a 1ª safra de feijão 2022/23 em SC deve ser 15% maior do que o ciclo agrícola anterior, chegando a aproximadamente 62 mil toneladas. O crescimento deve refletir o incremento esperado de 28% na produtividade, passando de 1.507kg/ha para 1.933kg/ha.

Por outro lado, a área plantada terá redução de cerca de 10% em relação ao ciclo agrícola anterior. Essa queda é ainda maior do que a estimada inicialmente e resulta da redução dos preços recebidos nos últimos meses e problemas climáticos enfrentados pelos produtores na época de plantio. Até o momento, cerca de 43,10% da área destinada ao plantio de feijão 1ª safra no estado foi cultivado.

Alho

De acordo com o calendário agrícola do Projeto Safras da Epagri/Cepa, 3% das lavouras catarinenses de alho estão na fase de diferenciação, ou seja, formação dos bulbos. Em relação à condição das lavouras, 80% da área plantada é boa, com 85% da safra em estágio de maturação e aproximadamente 8% já está sendo colhida. Quanto aos alhos mais tardios, as condições climáticas, com temperaturas mais baixas no período de diferenciação, provocaram o chamado “brotamento”, o que deve afetar a qualidade comercial dos bulbos.

Em outubro de 2022, foram importadas 1,93 mil toneladas de alho, redução de 7,65% em relação ao mês de setembro. O volume parcial do ano é de 95,83 mil toneladas, redução de 11,64% em relação às do mesmo período do ano passado.

Cebola

As temperaturas baixas por períodos prolongados registradas nos últimos meses em SC provocaram o florescimento entre 10 a 15% das plantas nas lavouras, afetando o desempenho produtivo da cultura no estado, porém sem maiores preocupações até o momento.

No mês de outubro, o mercado nacional foi abastecido pelas regiões do Centro do país e Nordeste. A redução da área plantada nessas regiões, puxada pela elevação do custo de produção, contribuiu para menor oferta do produto ao mercado nos últimos meses, impactando fortemente os preços.

Na Ceagesp/SP, em outubro o preço passou de R$4,29/kg para R$4,90/kg, cebola nacional média e alcançando nas primeiras semanas de novembro R$6,99/Kg um dos maiores da história.  Na Ceasa/SC, nas primeiras semanas de novembro as cotações bateram recorde para a hortaliça e passaram a R$7,50/kg.

Maçã

A Epagri/Cepa estima que na safra 2022/223 Santa Catarina produza 283,9 mil toneladas de maçã Fuji, 284,7 toneladas de maçã Gala e 11,8 mil toneladas de maçãs precoces, que já estão em fase de frutificação. As estimativas apontam para aumento na produção de Fuji e Precoce e estabilidade na Gala.

A evolução das fases de desenvolvimento das maçãs precoces determina uma tendência de valorização nas cotações das frutas colhidas em dezembro, devido ao final dos estoques da safra passada e ao atraso previsto na colheita da maçã Gala, que concorre com as variedades precoces no início do próximo ano.

Na Ceagesp, o preço da maçã catarinense segue valorizado e o volume das frutas negociado até outubro de 2022 representou 51,6% do total comercializado, gerando mais de R $301,8 milhões para Santa Catarina. 

Bovinos

Nas primeiras semanas de novembro, o preço médio do boi gordo em Santa Catarina apresentou queda de 1,7% em relação ao mês anterior, seguindo a tendência apresentada em todos os principais estados produtores. Na comparação entre os preços atuais e os de novembro de 2021, por outro lado, registra-se alta de 2,4% na média estadual, situação que se distingue dos demais estados.

Os preços de atacado da carne bovina também apresentaram quedas em relação aos do mês anterior: -0,8% na carne de dianteiro e -0,7% na carne de traseiro. Quando se comparam os valores atuais com os de novembro de 2021, observam-se altas de 5,9% para a carne de dianteiro e de 5,7% para a carne de traseiro, com média de 5,8%.

Frango

Santa Catarina exportou 80,47 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em outubro, queda de0,5% em relação às exportações do mês anterior e de 11,5%na comparação com as de outubro de 2021. As receitas foram de US$181,94 milhões, alta de 3,3% em relação às do mês anterior e de 5,8% na comparação com as de outubro de 2021.

No acumulado do ano, Santa Catarina exportou 846,10 mil toneladas, com receitas de US$1,82 bilhão, variações de -1% e 19,9%, respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano passado. O estado foi responsável por 22,7% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango neste ano.

Suínos

Santa Catarina exportou 51,58 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em outubro, queda de 3,8% em relação às exportações do mês anterior, mas alta de 0,4% na comparação com as de outubro de 2021. As receitas foram de US$129,74 milhões, queda de 1,5% em relação às do mês anterior, mas alta de 10,8% na comparação com as de outubro de 2021.

No acumulado do ano, o estado exportou 497,93 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$1,17 bilhão, alta de 1,7% em quantidade, mas queda de 2,7% em valor na comparação com o mesmo período de 2021. Santa Catarina respondeu por 56,5% das receitas e por 54,9% do volume de carne suína exportada pelo Brasil neste ano.

Vale destacar que, em meados de novembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou a liberação dos embarques de carne suína de Santa Catarina para o México. Este país é o terceiro maior importador mundial de carne suína. Em 2021, importou 1,16 milhão de toneladas do produto.

Leite

O IBGE divulgou recentemente os primeiros resultados da quantidade de leite cru adquirida pelas indústrias inspecionadas do Brasil nos três meses do terceiro trimestre de 2022. Esses dados mostram que a quantidade de leite adquirida até setembro de 2022 foi 7% menor do que no mesmo período de 2021. Considerados os dez últimos anos (2013-2022), os 17,318 bilhões de litros adquiridos pelas indústrias no período de janeiro a setembro de 2022 superam apenas as quantidades dos mesmos períodos de 2013 e de 2016. É uma queda jamais vista na produção leiteira brasileira.

Acesse aqui a versão completa do Boletim Agropecuário.

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