Uma pesquisa da Epagri disponibilizou aos produtores de pepino para conserva a recomendação das quantidades de nutrientes que devem ser fornecidas para as plantas em cada fase de desenvolvimento. O trabalho resultou em uma tabela de referência para a fertirrigação no sistema de cultivo semi-hidropônico, que é conduzido em estufas. As recomendações são resultado de quatro anos de pesquisas na Estação Experimental de Ituporanga e ainda não estavam disponíveis na literatura nacional.
Santa Catarina é o maior produtor de pepino para indústria (Cucumis sativus) e colhe anualmente 15 mil toneladas, o equivalente a cerca de 25% da produção nacional. O Alto Vale do Itajaí se destaca como principal região produtora. “O cultivo no Estado tem sido realizado predominantemente em campo aberto. Contudo, por apresentar alto valor agregado e demanda de produção pelas agroindústrias, o pepino para conserva possui grande potencial para o cultivo em ambientes protegidos”, diz o pesquisador João Vieira Neto, da empresa do Governo do Estado.
Ele explica que um dos desafios para o cultivo em abrigos é exatamente o manejo das soluções nutritivas – os fertilizantes – para atender as necessidades da planta em suas diferentes fases. No sistema semi-hidropônico, em que as mudas são plantadas em sacos cheios de substrato, os nutrientes são fornecidos por fertirrigação, ou seja, diluídos na água que é distribuída pelas fitas de gotejo (mangueiras) que percorrem as linhas de plantio.
Estudos em campo
Os experimentos conduzidos pela Epagri avaliaram os resultados que diferentes concentrações de nutrientes, dosadas em cinco fases de desenvolvimento, provocaram na produtividade das plantas e na qualidade dos frutos. A tabela resultante do estudo apresenta as quantidades de nitrato de cálcio, fosfato monopotássico, sulfato de magnésio, nitrato de potássio e micronutrientes recomendadas para cada fase, começando pelo primeiro dia a partir do plantio da muda, até chegar à fase de produção.
“Os valores apresentados para cada fase fenológica são uma referência para que o produtor possa monitorar a qualidade da sua solução nutritiva e não cometer erros”, diz o pesquisador. Em uma palestra disponível no canal de capacitações da Epagri e em um fôlder técnico para livre download, os pesquisadores da Epagri explicam como preparar a solução nutritiva e fazer a aplicação.
A equipe também levantou os custos para o agricultor preparar a solução nutritiva na propriedade, comprando os ingredientes separadamente. O investimento para fertirrigar mil plantas durante todo o ciclo da cultura (90 dias) foi estimado em R$1.198,69, ou R$1,19 por planta. “Na nossa experiência, temos observado que o agricultor vai economizar se fizer a própria solução nutritiva em vez de comprá-la pronta”, destaca João Vieira Neto.
Clique aqui para baixar o fôlder com as recomendações e confira abaixo a palestra sobre esse trabalho.
Mais informações: João Vieira Neto, pesquisador da Epagri/Estação Experimental de Ituporanga – (47) 35338884, joaoneto@epagri.sc.gov.br.