A Epagri em Angelina reuniu agricultores do município em um dia de campo para apresentar o comportamento, o desempenho e a produtividade de seis cultivares de mandioquinha-salsa (Arracacia xanthorrhiza) cultivados no Estado, conduzidos em unidade experimental, na propriedade do produtor Lucas Leonardo Hames, na comunidade do Rio Fortuna. O evento foi no dia 15 de junho e também promoveu discussões sobre o manejo da cultura e a qualidade na produção de mudas, além de apresentar o desempenho técnico e econômico obtido na Unidade de Referência Técnica (URT) conduzida em Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH) no ano de 2021.
Segundo o extensionista rural em Angelina, Carlos Alberto Koerich, dos seis cultivares de mandioquinha-salsa avaliados, três são registrados pela Embrapa (Senador Amaral, Rubia, Catarina) e três são desenvolvidos no município (Roxinha Gigante, Coqueiral e Pavão). Carlos relata que a produtividade do Coqueiral alcançou 56 t/ha; Pavão 52 t/ha e a Roxinha Gigante 49 t/ha. O cultivar Catarina alcançou 14 t/ha; Rubia 12 t/ha e a Senador Amaral 3,5 t/ha.
Na oportunidade também foram apresentados os resultados econômicos e produtivo da URT de mandioquinha-salsa conduzida em SPDH na propriedade do jovem produtor Bruno Dias, com o cultivar Coqueiral. A planta de cobertura utilizada foi o milheto, que foi acamado e em seguida realizada a implantação das mudas de mandioquinha. “O ciclo cultural foi de 11 meses e a produtividade alcançada de raízes comerciais foi de 39 t/ha, com renda bruta total de 48,2 mil por hectare e custo de produção de 8,4 mil por hectare”, afirma o extensionista.
“O evento foi muito produtivo, pois agricultores e técnicos tiveram a oportunidade de trocar conhecimentos e experiências sobre a mandioquinha-salsa, tão importante para o município de Angelina e região, assim como observar o potencial produtivo e econômico e a importância dela como opção de cultivo na diversificação de culturas para a produção de alimentos na agricultura familiar”, afirma o extensionista Marcelo Zanella, da regional da Epagri na Grande Florianópolis.
Importância da cultura para o município
Angelina é o maior produtor catarinense de mandioquinha-salsa, com uma área plantada estimada em 870 hectares, abrangendo 348 produtores. Segundo a Secretaria Municipal da Agricultura do município, no ano de 2020 a comercialização dessa cultura gerou um movimento econômico no valor de mais R$ 3,2 milhões. Hoje, a mandioquinha-salsa é um dos principais cultivos agrícolas no município e se destaca como cultura de relevante exploração econômica.
A planta é originária da região andina da América do Sul e chegou ao Brasil no ano de 1907, no estado do Rio de Janeiro. Planta exigente de climas amenos, se espalhou pelo Brasil, sendo cultivada principalmente em regiões com altitude acima de 500 metros e temperatura média anual entre 15° e 18°C.
Em Angelina, a mandioquinha-salsa foi introduzida em 1998, com a parceria entre Epagri e Embrapa, na comunidade do Rio Fortuna, com o cultivar amarelo Senador Amaral, na propriedade de Nelson Manoel Hames. Pelo clima favorável, características de relevo e facilidade de cultivo, tornou-se opção para rotação de cultura com as áreas de fumo, milho e hortaliças. Ela é explorada principalmente por agricultores familiares e sua comercialização se dá in natura no mercado regional e nacional.
Segundo o extensionista Carlos, a Epagri, em parceria com produtores do município, vem trabalhando na identificação e no desenvolvimento de novos cultivares, buscando materiais genéticos com maior produtividade e resistência a pragas, doenças e a variações climáticas, assim como melhor qualidade para o mercado. Neste sentido, a Empresa vem desenvolvendo experimentos com cultivares já registrados pela Embrapa e novos materiais genéticos formados por cruzamentos naturais no município, sempre colocando à disposição dos agricultores.