Santa Catarina espera colher mais de 550 mil toneladas de maçã na safra 2020/21, o que representa metade da produção nacional da fruta. A abertura oficial da colheita ocorreu nesta quarta-feira, 10 de fevereiro, em Fraiburgo, e contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, e do presidente da Santur, Leandro “Mané” Ferrari.
Maior produtor de maçã do Brasil, Santa Catarina se destaca não só pelo volume de produção, mas também pela qualidade das frutas. Um alto padrão reconhecido pelo mercado interno e no exterior. São novos cultivares desenvolvidos, mais resistentes e adaptados ao clima catarinense e melhorias nas técnicas de produção e armazenagem. O estado conta com aproximadamente dois mil produtores, basicamente agricultores familiares na região de São Joaquim e Fraiburgo.
“A maçã é um produto que agrega valor para nossa economia, é altamente geradora de empregos e se tornou uma marca registrada do nosso agronegócio”, destaca o secretário da Agricultura, Altair Silva. “A qualidade da fruta produzida em Santa Catarina, a beleza dos pomares e a experiência compartilhada com os agricultores confirmam que a colheita da maçã é um importante atrativo turístico na região. É um segmento que tem muito potencial para crescer, especialmente neste momento em que as pessoas tendem a buscar opções com menor concentração de pessoas”, avalia o presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo (Santur), Leandro “Mané” Ferrari.
Principais variedades
Em Santa Catarina, as principais variedades produzidas são Gala e Fuji. A safra deve ser marcada por frutas de excelente qualidade e a retomada das vendas para o mercado internacional. Em 2020, o estado faturou US$ 16,5 milhões com os embarques de maçã.
“Temos uma produção de boa qualidade, uma fruta colorida e lisa, com grande apelo comercial. Já percebemos uma demanda forte dos mercados internacionais, uma fruta de qualidade excelente e um câmbio atrativo. Esperamos um aumento contundente nas exportações em 2021”, destaca o diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque.
Diferencial catarinense
Santa Catarina é o único estado brasileiro a contar com melhoramento genético de macieira, realizado pela Epagri. O trabalho é coordenado pela Estação Experimental da Empresa em Caçador, que em parceria com pesquisadores de outras unidades já disponibilizaram ao mercado nacional 20 cultivares de maçã. Além desse trabalho, a Epagri tem difundido inúmeras outras tecnologias ao setor, como exemplo as ferramentas para o manejo da sarna da macieira; manejo do cancro europeu das pomáceas; previsão de ocorrência de doenças; melhorias no monitoramento de pragas; porta-enxertos e sistemas de condução inovadores para a macieira; indicação geográfica da maçã Fuji da região de São Joaquim, entre outras que contribuem para o crescimento do setor produtivo da fruticultura de clima temperado não apenas de Santa Catarina, mas de todo o sul do Brasil.
O estado catarinense também faz parte da única região do mundo a erradicar a Cydia pomonella. A praga, também conhecida como traça da maçã, pode causar grandes prejuízos aos produtores rurais e está longe do território de SC há quase 10 anos.
A Cydia pomonella é considerada o pior inseto praga da fruticultura no mundo e mantê-la fora de Santa Catarina exige um trabalho contínuo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e produtores rurais. A abertura de mercados é apenas um dos resultados obtidos após a erradicação da praga, pois a qualidade geral dos frutos também é preservada, uma vez que não é necessário o uso de inseticidas para o controle da doença nos pomares.
Apoio do Governo do Estado
Os fruticultores de Santa Catarina contam com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura para cobertura de pomares, trazendo mais segurança à produção. Nos últimos dois anos, foram mais de 211 agricultores atendidos com o Programa de Incentivo à Cobertura de Pomares, com investimentos que passam de R$ 241 milhões.
Com o Programa, a Secretaria da Agricultura subvenciona os juros dos financiamentos contraídos pelos produtores rurais para a instalação de tela antigranizo. Os financiamentos têm um limite de R$ 120 mil, juros de até de 2,5% ao ano e durante um período máximo de oito anos.
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No vídeo a seguir, saiba mais sobre a safra 2020/21 da maçã e como a variedades desenvolvidas pela Epagri ganham a atenção dos produtores.