Sobressemeadura de pastagens garante alimento para o gado o ano todo
  • Post publicado:24 de outubro de 2019
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Sobressemeadura de pastagem
Sobressemeadura tem baixo custo para o produtor

Alimentar o gado no inverno, quando a produção de pasto diminui, é uma preocupação recorrente entre os pecuaristas. Mas para quem pratica a sobressemeadura de pastagens orientada pela Epagri, o frio não é mais um vilão.

A sobressemeadura consiste em plantar pastagens anuais de inverno sobre a pastagem perene de verão ou o campo nativo. Com essa medida, a produção das forrageiras de inverno preenche o vazio criado pelas espécies de verão. As plantas usadas na sobressemeadura geralmente são gramíneas anuais de inverno (aveias e azevéns) e leguminosas de inverno (trevos, ervilhacas, cornichão e alfafa).

Estudos da Epagri indicam que a sobressemeadura permite incrementar entre 23% e 30% a produção das pastagens ao longo do ano. Com mais forragem disponível, o produtor gasta menos com alimentos como silagem, feno e ração, o rebanho produz mais leite e carne e a rentabilidade da propriedade sobe.

Sobressemeadura de pastagem
Sueli e Clair elevaram a produção de pasto e de leite

Para o casal Clair Falchetti e Suely Dissegna, de Ibiam, a adoção dessa e de outras técnicas orientadas pela Epagri revolucionou os números da produção leiteira. Até 2014, a produção de pasto estava caindo, comprometida por doenças e pragas, e o solo ficava cada vez mais fraco. Por conta disso, a dieta dos animais era baseada em alto uso de silagem e ração.

Nos últimos quatro anos, a única coisa que não mudou na propriedade foi o tamanho da área de pastagem. Em 7ha, o aumento na produção de pasto permitiu elevar o número de vacas de 17 para 24. Ao mesmo tempo, a produção de leite saltou de 11 mil para 15 mil litros por hectare/ano. A silagem, que era usada o ano inteiro, agora só é necessária durante três meses, e o consumo de ração por vaca despencou de 6,5kg para 3kg por dia. “Agora temos pasto o ano todo. Os gastos para alimentar os animais e a mão de obra diminuíram muito. Se não tivesse essa mudança na propriedade, acho que já tinha desistido de produzir leite”, diz Clair.

Esse trabalho da Epagri vem turbinando as pastagens em propriedades de todo o Estado. Só em 2018, foram realizadas 199 capacitações com 1.624 participantes, muitas delas utilizando as 250 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) de pecuária leiteira acompanhadas em Santa Catarina. Das cerca de 16 mil famílias produtoras de leite que a Epagri acompanhou nos últimos três anos, pelo menos 60% praticam a sobressemeadura em áreas que variam entre 50% e 100% da pastagem perene da propriedade. Em muitas delas, a redução no uso de alimentos concentrados é superior a 50% e a necessidade de silagem caiu 35% ao longo do ano.

Para saber mais, acesse o Balanço Social da Epagri.